Sim, leu bem. Se consome fritos frequentemente, além dos riscos para a saúde física, terá uma maior probabilidade de sofrer de transtornos psicológicos, como a ansiedade e depressão. Pelo menos é esta a conclusão de um estudo levado a cabo por cientistas chineses e publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), a publicação oficial da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos.

As conclusões desta pesquisa, publicadas a 24 de abril, dão ainda conta de que há um alimento em específico que contribui para a manifestação destes transtornos: as batatas fritas. O consumo recorrente deste prato, ainda que delicioso, contribui para o aumento em 7% do risco de depressão, aumentando para 12% no caso da ansiedade.

A amostra incluiu um total de 140.728 pessoas, avaliadas ao longo de pouco mais de 11 anos. Nos primeiros dois anos, os participantes diagnosticados com depressão foram excluídos, tendo sido, posteriormente, detetados 8.294 casos de ansiedade e 12.735 de depressão entre aqueles que consumiram os alimentos confecionados desta forma. Entre os mais suscetíveis a estas perturbações estão as pessoas jovens e do sexo masculino, avança ainda o estudo.

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Segundo os investigadores, a tese assenta na teoria de que há uma substância presente nos alimentos fritos que contribui para este aumento: a acrilamida. Ou seja, quando fritamos os alimentos, estes são submetidos a temperaturas muito elevadas, produzindo esta substância contaminante que, além de carcinogénea, aumenta o risco de doenças do foro psicológico.

Para testarem a veracidade destes factos, os cientistas fizeram testes em peixes-zebra, expondo-os à acrilamida. Foi assim que perceberam que, em contacto com esta substância, os peixes adultos manifestaram mudanças comportamentais, passando a isolar-se e a nadar nas zonas mais escuras do aquário.

Ainda assim, estes resultados "devem ser considerados como muito preliminares, especialmente a ligação às frituras e à acrilamida", de acordo com Walter Willet, um professor de epidemiologia e nutrição da Harvard TH Chan School of Public Health, citado pela CNN International. "Os efeitos dos alimentos fritos na saúde dependerão muito do alimento que é frito e que gordura é usada para fritá-lo", continuou.

Tendo também em conta o facto de as conclusões serem ainda muito preliminares, Yu Zhang, um dos autores do estudo da PNAS, revelou que "não há necessidade de entrar em pânico acerca dos efeitos adversos dos alimentos fritos", de acordo com a mesma estação. Ainda assim, manter um estilo de vida saudável e reduzir o consumo de fritos é, como sabemos, benéfico para a saúde no geral.