A dor é um mecanismo de defesa da integridade dos organismos vivos, que tem como função protegê-los e garantir a sua sobrevivência. Vivemos sob a influência de dois tipos de dor: aguda e a dor crónica.

A dor aguda é limitada no tempo e associada a uma causa. É considerada uma experiência esperada e aceitável, à qual se atribui uma justificação.

Já a dor crónica surge de uma condição persistente, de longa duração, podendo ser o resultado de uma lesão corporal ou de uma doença, mas pode também desenvolver-se com o tempo, sem nenhuma causa aparente ou manter-se mesmo quando a suposta causa já foi resolvida (ex: síndrome do membro fantasma). 

Os mecanismos de dor crónica são notoriamente difíceis de diagnosticar. A procura de um diagnóstico e de um possível tratamento pode tornar-se um desafio do ponto de vista mental, emocional e físico.

É, por isso, compreensível que a dor crónica possa ter um impacto negativo na saúde mental dos doentes. Associado à falta de conhecimento da causa da dor, há também o sofrimento intenso associado à própria dor física, e às consequências negativas que esta aporta à vida da pessoa tanto ao nível relacional como familiar, laboral e social.

A ansiedade e a depressão podem piorar a dor crónica e, consequentemente, exacerbar problemas de saúde mental, como a depressão, a ansiedade, os transtornos de pânico e, até mesmo, a incapacidade de dormir. A ansiedade pode tornar a pessoa mais sensível à dor e esta pode tornar-se motivo de isolamento, que poderá ser responsável pelo agravamento dos sintomas de depressão.

Os desafios são muitos, mas também existe uma enorme esperança: já estão disponíveis tratamentos que contribuem para melhorar a qualidade de vida das pessoas que sofrem de dores crónicas e problemas de saúde mental.

Falamos da terapêutica analgésica, anti-inflamatória ou antidepressiva, aliada à terapia psicológica ou até mesmo procedimentos cirúrgicos que permitem reduzir a dor (ex: estimuladores da espinal medula).

Viver com uma dor crónica pode ser incapacitante, mas siga alguns conselhos para proteger a sua saúde mental:

  • Encontre e participe numa atividade que seja significativa para si;
  • Mantenha-se socialmente ativo. O isolamento social pode piorar a depressão e a dor crónica;
  • Faça meditação;
  • Siga uma dieta anti-inflamatória. Isso envolve a limitação de alimentos processados, carnes curadas e vermelhas e açúcares. Ao mesmo tempo, aumente a ingestão de alimentos ricos em antioxidantes, principalmente frutas e vegetais;
  • Experimente exercício físico de baixo impacto, que pode aumentar as endorfinas, aliviar a dor, restaurar o tónus ​​muscular e aumentar a sensação de bem-estar;
  • Faça por dormir melhor. Siga uma rotina de sono que inclui tomar banho, fazer ioga ou meditar antes de ir para a cama. Mantenha as luzes fortes longe do seu quarto e desligue todos os ecrãs pelo menos uma hora antes.