O Palaphita é um restaurante ecológico e sustentável inserido na Casa da Guia, em Cascais, desde outubro de 2020. Inspirado na floresta tropical da Amazónia, o projeto assenta na regeneração e vai "além da sustentabilidade" — e vai querer passar lá o verão inteiro.

Além de uma vista brutal para o mar, o Palaphita, ao ar livre, mistura-se com a natureza que ali existe. O conceito foi criado em 2004, no Rio de Janeiro, no Brasil. Atualmente, existe em Cascais e numa área restrita de embarque internacional no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro.

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Se uma pessoa resolvesse criar um restaurante com o que por encontra encontrava no meio da floresta amazónica, como seria? Foi esta a premissa de Mário de Andrade, que viveu vários anos na Amazónia, para a criação do projeto.

Neste eco-lounge ao ar livre, em espaço aberto, é a natureza quem dita as regras. Tem capacidade para 350 pessoas e 45 lugares cobertos. A melhor altura para o visitar é durante a primavera e o verão, embora também haja condições nos meses mais frios, tais como aquecedores, mantas e cúpulas.

Para a construção do Palaphita foram utilizados materiais biodegradáveis e com o menor impacto ambiental possível. O nome advém do sistema homónimo utilizado na Amazónia, que consiste numa habitação construída sobre troncos ou pilares, com o objetivo de evitar os danos causados pelas cheias.

"É uma instalação que faz curvas para não derrubar as árvores. Um ícone de adaptabilidade em áreas protegidas e preservadas", explicou-nos a chef do espaço, Natacha Fink, reforçando que o objetivo é sempre "não agredir a natureza". Pegando no caráter versátil, adaptável e diferenciado destas construções, assim decidiram apelidar o restaurante de Palaphita.

Ao entrar no restaurante, damos logo de caras com o "jardim aromático e comestível do Palaphita", a horta onde cultivam produtos como tomate cherry, tomilho, beringela e cenoura, depois usados na confeção dos pratos. Há mesas estilo piquenique, luzes nas árvores e até uma espécie de teatro romano.

As influências amazónicas estão também presentes no cardápio. Está em causa uma cozinha contemporânea que mistura produtos portugueses, brasileiros e receitas de família e que procura trabalhar com produtos sem pegada, assim como a chef descreveu à MAGG. O Palaphita está aberto todos os dias e com a cozinha a funcionar a todo o momento.

palaphita
É esta a vista do Palaphita. créditos: MAGG

Para começar, provámos os dadinhos de tapioca hidratada e temperada com queijo (15€), recomendação da chef. "Todo o mundo tem dadinho, mas o nosso é o melhor", garantiu-nos. Estes pequenos cubos crocantes fizeram-nos lembrar o clássico pão de queijo, também brasileiro.

Passámos para o pica-pau de camarão, com camarões salteados com alho, manteiga, vinho branco e sumo de laranja, com batatas, maionese de manjericão e compota de abacate (30€), que, apesar de ser uma entrada (das boas), enche bastante.

Como prato principal, optámos pelo arroz de regatão, um arroz basmati com nacos de porco preto desfiados, paio artesanal do Minho, pimentos, rúcula selvagem, queijo regional e flocos de cebola crocante (23€), e pelo prego de hambúrguer de bovino grelhado no bolo do caco.

Leva cebola caramelizada com laranja, maionese de castanha, relish de tomate, folhas da horta, queijo dos Açores e crocante de cebola (15,90€) e é delicioso. Para finalizar, experimentámos o bolo de tabuleiro de chocolate 70% cacau, com calda e lascas de chocolate (8,50€).

Para beber, ficámos pelo sumo de maracujá, pela limonada de rosas (5,50€), bem doce e refrescante, e pelo mojito azul, com limão, hortelã e rum branco (11,80€), que faz lembrar a cor do mar que testemunhamos se levantarmos a cabeça. Em julho, deverá chegar a carta de verão, com "poucas mudanças".

"Temos sempre alguma novidade. Nunca é igual", assegura-nos a chef, que vai sempre fazendo experiências e lançando novos elementos no menu. Além de trabalharem com fornecedores locais, também importam produtos diretamente da Amazónia e de outros pontos do Brasil.

Outro dos pontos fortes do Palaphita é a agenda mensal, sempre recheada de atuações ao vivo de bandas e DJ's e de momentos especiais para assinalar datas comemorativas, como aquele que vai acontecer este fim de semana, 24 e 25 de junho: um arraial tipicamente brasileiro para celebrar as festas juninas.

E porquê expandir o projeto para Portugal? "É um País com muito sol, com uma cultura de aproveitar a beira-mar. E os portugueses são os maiores fãs das esplanadas. Ia dar match", justificou a chef Natacha Fink, adiantando que pretendem abrir novas "Amazónias" tanto em Portugal como pela Europa.

Palaphita

Localização: Bosque da Casa da Guia, Avenida Nossa Senhora do Cabo 101. Cascais, Portugal
Horário: de segunda a quinta-feira das 13h às 23h; de sexta a domingo das 13h à 0h
Contactos: (+351) 211 351 402 / site / Instagram / Facebook