O livro de memórias de Britney Spears, "A Mulher que Há em Mim", será lançado esta terça-feira, 24 de outubro, e os acontecimentos descritos nas páginas da obra, como o aborto que a cantora fez a pedido de Justin Timberlake, não têm passado despercebidos. Mas este não foi o único momento da vida da artista a ser revelado.

Apesar de faltar pouco menos de uma semana para o lançamento do livro, a "People" divulgou excertos exclusivos da obra, nos quais Britney narra a sua visão sobre alguns momentos marcantes de sua carreira – um deles, por exemplo, é o facto de ter rapado o cabelo em 2007 (e o que levou a fazê-lo).

Na época, a cantora estava a passar por um processo de divórcio complicado de Kevin Federline, com quem se casou em 2004, e não podia pôr um pé fora de casa sem ser seguida pelos paparazzi. Além disso, era constantemente capa de tabloides, que alimentavam a narrativa de que estava desnorteada (e o facto de ter aparecido de cabelo rapado não ajudou). Mas o que é que a levou a fazê-lo?

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"Eu fui muito observada enquanto crescia. Fui olhada de cima abaixo, tinha pessoas a dizerem-me o que pensavam do meu corpo, desde a minha adolescência", lê-se na "People", que cita a obra. "Rapar o cabelo e ser espalhafatosa eram as minhas formas de dar luta", continua.

No ano seguinte, Britney Spears ficou sob a tutela do pai e deixou de poder fazer o que queria. "Sob a tutela [do pai], fizeram-me perceber que esses dias tinham acabado. Tive de deixar o cabelo crescer e voltar a ficar em forma. Tinha de ir para a cama cedo e tomar a medicação que eles me diziam para tomar", adianta. "Foram 13 anos em que eu me senti como a minha própria sombra", continua.

Só a partir de 2021 é que Britney ganhou controlo total em relação à sua vida, depois de se ver livre da tutela do pai. Em 2008, Jamie tornou-se o tutor legal da filha, por decisão do tribunal, fazendo com que tivesse controlo total sobre a carreira da cantora, bem como sobre quaisquer negociações comerciais que pudessem surgir ou entrevistas que fossem pedidas pelos vários órgãos de comunicação social.

A tutela surgiu na sequência de uma lei lançada nesse mesmo ano, que considerava que a cantora seria incapaz de cuidar de si própria, depois de vários anos a lutar com doenças do foro mental. Em novembro de 2021, depois de o caso ter começado a ser julgado em junho do mesmo ano, a juíza Brenda Penny, do Tribunal Superior do Condado de Los Angeles, tomou a decisão de acabar com a tutela que dava a Jamie Spears plenos poderes para decidir sobre todos os aspetos da vida da filha.

Mais do que icónico, o momento da cobra dos VMA's foi "aterrador"

britney
créditos: Twitter

Em 2001, Britney Spears protagonizou um momento que dificilmente esqueceremos (e cujos pormenores não podiam faltar na obra): em direto dos Video Music Awards (VMA), subiu ao palco com uma cobra píton amarela, que se chamava Banana, para interpretar o tema "I’m a Slave 4 U". E ainda que tenha arrasado, a cantora veio dizer que não foi uma performance propriamente fácil.

"O plano era eu cantar 'I’m a Slave 4 U' e decidimos que iria usar uma cobra como adereço. Tornou-se num momento icónico na história dos VMA's, mas foi mais aterrador do que parece", escreveu Britney no seu novo livro de memórias, citado pela "People".

O que importa é que Britney sobreviveu a este (ou, no caso, mais um) momento traumático, mas não deixa de contar o que lhe passava pela cabeça durante o espetáculo. "Só olhava para baixo, porque senti que se olhasse para cima e apanhasse os olhos dela, ela matava-me", recorda, acrescentando que, além disto, tinha de focar-se na performance.

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"Na minha cabeça dizia apenas: 'continua, usa as tuas pernas e atua'. Mas o que ninguém sabe é que enquanto cantava, a cobra virou a cabeça dela em direção à minha cara a começou a sibilar", continuou, frisando que foi nessa altura que se assustou a sério.

"Eu estava a pensar: 'estão a gozar comigo? A merda da língua da cobra está a mexer-se contra mim", foi outro dos pensamentos que a assolaram – e que só deixaram de a assombrar quando entregou a cobra, depois de ter terminado o espetáculo.

"A Mulher que Há em Mim" vai ser publicado quase dois anos depois de Britney Spears se ver livre da tutela do pai. Em julho deste ano, o "The Sun" afirmou que o livro da cantora tinha sido adiado devido a exigências por parte de Justin Timberlake, que estava preocupado com o conteúdo da obra – e que terá pedido para partes comprometedoras serem removidas.

Num comunicado feito pela Gallery Books, editora que vai lançar o livro, citada pela “People”, a cantora prometeu revelar pela primeira vez a sua jornada e a força que teve enquanto uma das maiores artistas da música pop. “O livro ilumina o poder duradouro da música e do amor — e a importância de uma mulher contar a sua própria história, nos seus próprios termos", pode ler-se.