Sabia que os adultos com mais de 50 anos têm um maior risco de desenvolver demência, caso vivam sozinhos? E que se tiverem a companhia de um animal de estimação há uma grande probabilidade de se retardar a evolução da doença? Não somos que o dizemos, mas um estudo da "JAMA Network Open", uma revista de medicina norte-americana.

Intitulado "Pet Ownership, Living Alone, and Cognitive Decline Among Adults 50 Years and Older" (algo como "Ter um animal de estimação, viver sozinho e declínio cognitivo entre adultos com 50 anos ou mais", em português), a investigação, publicada esta terça-feira, 26 de dezembro, tem por base a participação de quase 8000 inquiridos com 50 anos ou mais, tendo a amostra sido recolhida no Reino Unido.

Trocado por miúdos, os inquiridos que viviam apenas com animais de estimação demonstraram taxas de declínio de memória verbal e fluência mais lentas do que aqueles que viviam completamente sozinhos. Ainda assim, trata-se apenas de um padrão e não de uma prova de que isto efetivamente aconteça em todos os casos. Em relação a quem vive acompanhado, a presença de um animal de estimação também não apresentou diferenças significativas.

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"Não existe atualmente nenhum tratamento eficaz para reverter com êxito o declínio cognitivo ou tratar a demência. Assim, a identificação de populações de alto risco e de factores de risco modificáveis é crucial para a formulação de intervenções de saúde pública e para a promoção de um envelhecimento saudável", afirmaram os investigadores.

Um desses grupos de risco diz respeito aos idosos, para quem pode ser mais simples arranjar um animal de estimação do que encontrar um novo companheiro humano. Por isso, esta simples mudança pode potencialmente melhorar as taxas de demência, embora o estudo reitere que não está comprovada (ainda, pelo menos) uma relação causal direta.

Por isso, ainda que os resultados evidenciem uma possível associação entre ter um animal de estimação e o declínio cognitivo mais lento em idosos que vivem sozinhos, os investigadores reafirmam a necessidade da realização de ainda mais estudos para confirmar se os patudos ajudam, efetivamente, no atraso do declínio cognitivo nesse grupo específico.