Filipa Carvalho quer popularizar o shuffle dance em Portugal, o estilo de dança originado nas raves na década de 1980 em Melbourne, Austrália, e é uma das pioneiras desta prática no nosso País, dando aulas introdutórias na região da Grande Lisboa desde setembro de 2023.

Designer gráfica de profissão, desde criança que tem o sonho de ser professora de dança. Após ter experimentado vários estilos como ballet, dança contemporânea, jazz e hip hop, durante a pandemia e com a explosão do digital, decidiu começar a fazer vídeos de dança, de vários tipos, tendo eventualmente chegado ao shuffle numa altura em que este começou a tornar-se viral.

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“Comecei a ver vídeos nas redes sociais, mais Instagram e Youtube, comecei a ver cada vez mais, e como fiz dança achei que este era o estilo certo para começar. Como foi durante a pandemia, tinha muito tempo livre”, diz Filipa Carvalho à MAGG.

Depois de começar a fazer as coreografias que ia vendo nos vídeos, começou a gravar os seus próprios conteúdos, que geraram curiosidade a quem a via, que perguntavam se dava aulas. Assim, inspirando-se nos fãs locais e em colegas internacionais, deu vida ao seu projeto de aulas de shuffle dance.

O público tem aderido às aulas, sendo que tem “entre 10 a 16 pessoas todas as semanas”. Em dezembro de 2023, planeou realizar duas aulas fora de Lisboa, nomeadamente no dia 23 no Magnum Pilates, no Entroncamento, e no dia 28 no Global Dança, no Porto.

Esta última “não chegou a acontecer por motivos de saúde”, mas “vai acontecer este ano”, não sabendo ainda quando se realizará esta aula. “No Entroncamento, sim, aconteceu e correu super bem”, afirmou, acrescentando que teve 10 alunos. “Sou de Torres Novas, e sempre que eu for à minha terra, que é de mês a mês ou de dois em dois meses, já tenho esse grupo de pessoas que vão sempre querer ir”, adiantou.

Filipa Carvalho “gostava” de fazer mais aulas fora de Lisboa. “Já me falaram de uma possibilidade em Castelo Branco, para saber se podia ir lá, mas ficou em aberto, porque só tendo mesmo já alunos lá é que faz sentido ir. Mas sim, não vejo porque não. Isto está a crescer agora e está a crescer bem, portanto não me quero cingir apenas a Lisboa”, revelou.

As aulas que dá em Lisboa são “a nível particular”, mas são “numa escola/academia que é a Dance Factory [Studios], em Campolide”. “Eu alugo a sala, mas os alunos são meus, não são da escola”, contou. Quem se quiser inscrever nestas aulas, pode fazê-lo “através do e-mail shufflewithpi@gmail.com ou através das redes sociais, Instagram e Tiktok”.

Filipa Carvalho não considera que o público sinta algum tipo de preconceito face a este estilo de dança, devido a ter sido originado nas raves. “O hip hop, pronto, é hip hop. Isto é mais basicamente através da música eletrónica, mas a música eletrónica também tem um espectro muito grande. Há música eletrónica tipo o house, depois também temos música eletrónica mais pesada”, esclareceu.

“Nas minhas aulas também tento ver o que é que gostam mais, qual seria a melhor adesão e também tento ser o mais variada possível. Mas acho que não tem essa conexão direta com as raves. Foi apenas de onde surgiu e agora já está a ser implementada e a ser levada como dança, como qualquer outro tipo de dança que pode vir a ser ensinado numa academia. Claro que nas raves vê-se muita gente a fazer este estilo de dança. Não tanto cá em Portugal, mas noutros países. Mas lá está, já está muito mais dinamizado”, explicou.

Filipa tem como objetivo popularizar o shuffle dance no nosso País. “Essa também é a ideia que eu quero: dinamizar. Como nos outros países, dinamizar cá em Portugal. Já existem alguns shufflers cá, claro, mas acho que sou a pessoa que poderá tornar isto uma coisa mais recorrente, ou seja, fazer com que realmente existam aulas todas as semanas para ver se isto cresce”, afirmou.

Veja as fotos.

Créditos das fotos: FrameKillah e Bão