Esta quinta-feira, 9 de maio, José Castelo Branco teve um dia recheado de entrevistas. Depois de ter estado na CNN Portugal de madrugada a dar as primeiras declarações após a sua detenção, o socialite foi ao "Dois às 10" nessa manhã e, à noite, foi entrevistado por Sandra Felgueiras no "Jornal Nacional", onde foi confrontado com todas as denúncias de que está a ser alvo.

Na parte final da entrevista, Sandra Felgueiras apresentou o cadastro do socialite, cuja última condenação diz respeito ao furto de um perfume. O histórico criminal conta com mais quatro crimes, segundo a pivô, como a ofensa à memória de pessoa falecida (2007), ameaça (2005), ofensa à integridade física simples de injúria e difamação, ambos de 2011.

Depois de a jornalista ter também referido que José Castelo Branco terá alegadamente levado Betty Grafstein enquanto estava combalida a fazer botox, o socialite exalta-se com a pivô. "Ó minha querida, desculpe, mas que tipo de manipulação é a sua neste momento, pergunto eu? Fazer botox quando está combalida é para levantar a moral", questionou.

Voltando ao início. Relembrando que Betty Grafstein, com quem está casado há 28 anos e que está a acusá-lo de violência doméstica, foi ouvida esta quarta-feira, 8 de maio, diz que esta foi "muito perentória". "'Estou farta disto, já não sei onde estou, não quero falar mais'", terá dito a joalheira britânica, cujas palavras foram replicadas pelo marido.

Confrontado por Sandra Felgueiras com a decisão do juiz, que frisa que medida de coação atribuída é prova de que este o "considerou um agressor", José Castelo Branco continua a negá-lo, dizendo que tem "muitas" provas que dizem o contrário. De seguida, aproveitou para explicar o que aconteceu no dia em que a mulher caiu, algo que fez com que fosse parar ao hospital, onde permanece internada desde o dia 20 de abril.

"Levei-a porque a Betty caiu três vezes nesse dia. Eu segurava-a e ela caía, tentei deitá-la e ela escorregava", explica o marchand de arte, dizendo que "não tinha força" para agarrar na companheira. "A fratura do fémur terá acontecido no hotel ou depois de eu ter saído de lá? Porque, atenção, eu só tenho conhecimento da fratura do fémur no dia seguinte, às oito da noite, pelo diretor de serviço", explica.

"Desde o momento que ela me cai pela primeira vez, eu soube que tinha de levá-la para o hospital", continua, acrescentando que em momento algum Betty Grafstein terá perdido os sentidos. "Ela ficou sem força, porque ela tinha o sódio completamente baixo", acrescenta o socialite, descartando a "gravidade" da situação.

Entretanto, Sandra Felgueiras confronta o socialite com o primeiro testemunho de um antigo amigo do casal. Este refere-se a um episódio que remonta ao ano de 1996, ainda no início da relação da dupla. "A Betty estava com parte da cara toda negra e, mais do que isso, tinha afetado inclusivamente o olho. (...) Dava a ideia de que tinha sido uma sova valente", denunciou a fonte, acrescentando que "só uma pessoa muito violenta e fora de si é que poderia ter feito aquilo".

Mais uma vez, José Castelo Branco negou e contou a sua versão dos factos, dizendo que se tinha tratado de um "acidente", em 1997. "Nós vínhamos de Lisboa e a Betty magoou-se. Ficou no quarto, quando chegámos a casa. Ela não quis ir ao hospital porque não havia necessidade", contrapôs, frisando que em momento algum a joalheira teve a cara toda negra, tal como relatado pela testemunha.

O segundo testemunho apresentado foi o de Pedro Pico, que falou de uma outra alegada agressão, levada a cabo em 2003, em Vilamoura. Desta vez, o filho de Betty, Roger, terá tido a intenção de fazer queixa à polícia, mas a mãe impediu-o e "disse que o deserdava", segundo a fonte, a quem José Castelo Branco chamou de "pessoa mais impostora, mais mentirosa" e alcoólica, não concordando com o testemunho.

Foram apresentadas mais situações de violência, incluindo uma em que a fonte alega que viu o socialite a dar um estalo à mulher, enquanto tentava maquilhá-la. Depois disso, Sandra Felgueiras também apresentou a denúncia feita pelo Hospital CUF de Cascais, a primeira unidade em que a joalheira esteve internada e da qual foi transferida, encontrando-se atualmente na CUF Tejo.

No documento, assinado por cinco profissionais de saúde, pode ler-se que Betty Grafstein "transmitiu em momentos diferentes e a vários profissionais de saúde factos que configuram violência doméstica" e que a fratura no fémur direito, por exemplo, não foi causada de forma acidental, tratando-se de um empurrão. Questionado sobre a necessidade da denúncia por parte da equipa médica, o marchand de arte responde: "Foi conveniente".

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Depois de voltar a ouvir o testemunho da mulher, que diz, entre várias coisas, que o marido é "um abutre" e que a empurrou, José Castelo Branco volta a defender-se. "A Betty estava bem, esteve uns 20 ou 30 internamentos em Nova Iorque. Eu acompanhei sempre a minha mulher", começa por dizer.

"A minha dor, neste momento, chama-se Betty. A minha dor chama-se a Betty não estar ao meu lado e não sentir a minha força, que sempre lhe dei para ela sobreviver", continua. "Segundo, é muito conveniente, num momento (...) de fragilidade da Betty, para muita gente que me quer tirar fora do baralho. Sou uma carta que não interessa a muito boa gente", acrescentou ainda, pedindo para a jornalista não o julgar.

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O socialite foi detido na terça-feira, 7 de maio, depois de Betty Grafstein o ter denunciado por violência doméstica. Foi detido pela GNR, com um mandato emitido pelo DIAP (Departamentos de Investigação e Ação Penal) de Sintra, tendo passado uma noite na esquadra de Alcabideche, onde esperou para ser ouvido pelo juiz de instrução desse mesmo tribunal. Na quarta-feira, 8, conheceu as suas medidas de coação: não pode aproximar-se da mulher a menos de um quilómetro.

Dito isto, ser-lhe-á atribuída uma pulseira eletrónica e Betty Grafstein terá na sua posse um dispositivo de localização, que deteta a proximidade. Ainda assim, o marchand de arte diz que esta ainda não lhe foi atribuída, mas que também já recorreu da decisão do juiz de instrução, por não concordar com a medida. "Posso carregar a minha cruz, até ao fim vou carregá-la, mas eu quero salvar a minha Betty", concluiu José Castelo Branco na entrevista.