Bruno Nogueira faz parte do lote bastante extenso de figuras públicas que já foram alvo das críticas desagradáveis e insultuosas de Maria Vieira. O humorista nunca se tinha pronunciado publicamente sobre os ataques da Parrachita, mas, depois de Manuel Luís Goucha ter sido visado num tweet da ex-atriz, que o acusava de "promover a homossexualidade", e de este ter respondido, Nogueira decidiu quebrar o silêncio sobre o tema.

"É um assunto que me incomoda de várias maneiras", começa por dizer, no mais recente episódio do podcast "Isto Não se Diz", esclarecendo que o faz porque considera que Maria Vieira já não é sua colega de profissão (a ex-atriz é agora deputada municipal em Cascais, tendo sido eleita como representante do CHEGA).

"Temos de esclarecer uma coisa de uma vez por todas. A Maria Vieira não escreve aqueles textos. Não há ninguém que me vá convencer [que é ela], ou a mim ou ao Manuel Luís Goucha, que também teve de responder esta semana porque foram super deselegantes com ele. Foram, o casal, a Maria Vieira e o seu marido", começa por explicitar o humorista, referindo-se a Fernando Rocha (não o humorista, mas sim o marido de Maria Vieira), com quem a atriz mantém uma relação há mais de três décadas e com quem se casou em 2011.

Apesar de, em 2021, ter sido alvo de um dos ataques da ex-atriz, Bruno Nogueira nunca se tinha pronunciado publicamente sobre o tema. E explica que isso também se deve ao facto de não ser a atriz a autora dos textos publicados nas redes sociais. "Há uma pessoa que tem uma habilidade para escrever textos, que é o marido da Maria Vieira. [...] Isso é conhecido, não estou aqui a dar novidade nenhuma. Quando uma pessoa está a atacar a Maria Vieira, ela não escreveu nada. Quando muito, ela diz 'porque é que tu não escreves que estes gajos são uns cabrões?'. E ele escreve. Isto é um facto", salienta.

"Este papel que ela está a representar é capaz de ser o melhor que ela alguma vez fez na sua carreira inteira"

O humorista, que recorda já ter trabalhado com a ex-atriz, afiança que "qualquer pessoa que conheça a Maria Vieira tem provas de que não saberia escrever assim". "É pura e simplesmente estar a constatar. Não há possibilidade de uma pessoa que fala de uma maneira ter um português e um recurso a metáforas e a adjetivos e verbos e palavras que nunca foram usados em discurso falado".

Salientando que não são as opções políticas do casal que fazem com que as suas posições públicas sejam criticáveis, Bruno Nogueira revela o seu incómodo em torno do impacto público que estas têm. "Continua a dar-se atenção a esta pessoa que esta refém da escrita de outra pessoa", escreve, acrescentando: "Qualquer pessoa pode ser do CHEGA, do PSD, do PS. Pode ser uma aberração aquilo que eles defendem, mas, bem ou mal, é um partido que está a votos. Se são execráveis essas ideias que eles defendem, sim".

Sem trabalho em representação desde 2019, Maria Vieira tem-se dedicado ao ativismo político, criticando o meio artístico que fez dela a personalidade pública que ainda é atualmente. "Aquilo que levaria qualquer pessoa a não contratar a Maria Vieira nem o seu marido para escrever o que quer que seja tem a ver, em primeiro lugar, com a cobardia de estar atrás de um teclado. Se vocês me puserem a Maria Vieira com uma câmara à frente a escrever um post, e se for ela, nós dizemos 'sim senhora, consegue verbalizar merdas'. Tem a ver com a pessoa em que se transformou. Usar sempre o trunfo, não só para atacar todas as pessoas pela sua sexualidade, toda a gente ser acusada de tudo, de mentiras. A razão pela qual essas pessoas não trabalham não tem a ver com as suas escolhas políticas. Tem a ver com o facto de se terem transformado em más pessoas", acrescenta Bruno Nogueira.

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O humorista lamenta que até Herman José, o mentor da carreira de Maria Vieira, tenha sido alvo de insultos, o que considera "total falta de dignidade". "O mais curioso, no meio disto tudo, é que este papel que ela está a representar neste momento é capaz de ser o melhor que ela alguma vez fez na sua carreira inteira. Só que infelizmente já ninguém está disposto a pagar bilhete. É o papel de arruaceira da internet, com um argumentista por trás".