"Se Eu Fosse Luísa Sonza" é uma das mais recentes produções da Netflix que, desde que estreou na quarta-feira, 13 de dezembro, se encontra no top 10 de séries mais vistas da plataforma em Portugal. Esta série documental, que conta com três episódios de pouco mais de meia hora cada um, mostra os bastidores da carreira de Luísa Sonza, que vai passar por Lisboa no próximo ano, no festival Rock in Rio Lisboa. A cantora é uma das artistas brasileiras mais conhecidas mundialmente, tanto a nível profissional como pessoal, e acaba por abordar alguns temas polémicos da sua vida nesta produção.

O documentário, que foi gravado durante a criação do seu terceiro álbum, “Escândalo Íntimo”, tem como objetivo mostrar ao público todo o processo criativo da cantora e deste disco, que bateu o recorde de maior número de streams (15,6 milhões) no dia de lançamento, no Spotify Brasil. Pelo meio, é possível ouvir Luísa Sonza a falar sobre a sua vida pessoal, como a sua relação com a saúde mental e a luta da cantora contra a ansiedade e a depressão, causadas, principalmente, pelos comentários negativos que recebe nas redes sociais.

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Além disso, o projeto conta também com participações especiais de amigos e familiares da artista, com destaque para a presença do comediante Whindersson Nunes, ex-marido de Luísa. Os dois falaram abertamente sobre a sua relação e os motivos para o fim da mesma, que se deu muito graças ao vício nas drogas que o comediante teve a certa altura. Também outras relações da artista são mostradas no documentário, como é o caso do ex-namorado Chico Moedas, que entrou no documentário porque na altura ainda namoravam, e Luísa Sonza já “não o podia tirar”.

Com apenas 25 anos, a artista brasileira já acumula bastantes êxitos nos seus três álbuns, com músicas para todos os gostos. Desde êxitos mais vibrantes, como “Modo Turbo”, até letras mais profundas, como “Penhasco”, Luísa Sonza já se afirmou na música brasileira, tornando-se numa das caras da indústria. O percurso da artista, apesar de ter começado a cantar em 2005, começou quando esta decidiu fazer vídeos no Youtube a cantar músicas de outros artistas, sendo reconhecida como a “Rainha dos Covers”. Em 2017, Luísa Sonza deu início à sua carreira a solo e, desde esse ano, nunca mais parou. A cantora brasileira lançou os álbuns “Pandora”, “Doce 22” e “Escândalo Íntimo”, de onde saíram músicas como “Coração Cigano” com Luan Santana, “Cachorrinhas”, “Sentadona”, e ainda “Penhasco2”, com Demi Lovato.

No entanto, não só de conquistas se faz a vida de Luísa Sonza. Como está expresso na sinopse do documentário, a artista é a “cantora pop mais polémica do Brasil”, título que lhe foi atribuído depois de se envolver em várias controvérsias, como atos de racismo e acusações de traição. A cantora confessou que já sofreu muito em relação a isso, e que até ameaças de morte recebeu a certa altura, especialmente depois da sua relação com o comediante Whindersson Nunes chegar ao fim. 

Os relacionamentos polémicos de Luísa Sonza

Nem sempre é possível esconder uma relação, e isso foi bastante visível com a artista brasileira. Todos os seus relacionamentos foram públicos e com famosos, mas pautados pelas controvérsias e intensidade. O casamento com o youtuber e comediante Whindersson Nunes foi um deles, assim como a separação. Os dois começaram a namorar em 2016, casando dois anos depois, assumindo que tinham uma "relação perfeita". No entanto, em 2020, o divórcio de Luísa e Whindersson começou a ser tema, e acabou mesmo por acontecer nesse mesmo ano, com os entusiastas a culpar Luísa pelo fim da relação, devido a uma alegada traição.

O comediante chegou a manifestar-se e a proteger a artista, garantindo que quem terminou a relação foi ele e que Luísa nunca o tinha traído. Mais tarde, descobriu-se que o fim do casamento dos dois se tinha dado devido ao vício nas drogas do comediante e da sua vontade de estar apenas com os amigos e não com a cantora, depois de ter voltado de uma viagem a Moçambique com uma crise de consciência sobre a desigualdade social. Ainda assim, Luísa continuou a levar com as culpas, principalmente depois de, no ano seguinte, ter confirmado que estava numa relação com o cantor Vitão, com quem tinham especulado que Luísa tinha traído Whindersson.

As especulações começaram depois de os dois cantores lançarem a música "Flores", onde aparecem bastante íntimos, e as acusações de traição intensificaram-se depois de confirmarem o namoro. As ofensas e ameaças por parte do público chegaram a ser tão intensas que o casal chegou mesmo a mudar-se para o México durante um tempo, após ser alvo de ameaças de morte. A relação dos dois acabou algum tempo depois, alegadamente por conta das ofensas que ainda existiam.

Mais recentemente, outra de suas relações que também gerou bastante conversa foi o namoro com o influencer Chico Moedas. No entanto, a relação dos dois, que deu origem à música "Chico", um dos grandes êxitos do novo álbum que acabou por se tornar numa das grandes canções da artista, acabou tão rápido como começou. Após ter confessado de que tinha traído Luísa, a artista brasileira apareceu na televisão nacional em direto a anunciar o fim do namoro, lendo uma carta sobre a traição. Chico Moedas aparece no documentário pois os dois ainda namoravam na altura, mas a cantora já esclareceu, através das redes sociais, que não o pode "ver nem pintado", e que ele só aparece "porque tem de ser".

As ameaças depois da morte do filho de Whindersson Nunes

Seis meses depois do fim do casamento com Luísa Sonza, Whindersson Nunes expôs a sua relação com Maria Lina, modelo e influencer brasileira com quem esteve até agosto de 2021. O casal parecia feliz, com o comediante a ter conseguido ultrapassar as situações delicadas em que esteve no início de 2020, depois da separação. Em janeiro do ano seguinte, o casal revelou nas redes sociais de que ia ter um bebé, e os entusiastas parabenizaram o comediante por ter arranjado alguém que "gostasse mesmo" dele. Dois meses depois soube-se que iam ter um menino, João Miguel, e Whindersson Nunes pediu Maria Lina em casamento.

No entanto, em maio de 2021, o filho do casal nasceu prematuro e acabou por morrer. Aqui, Luísa Sonza entra novamente em cena, com todos os entusiastas a cair em cima da artista brasileira, dizendo que a culpa da morte do filho de Whindersson era dela. Isto porque, depois de um ano a receber ódio na internet, Luísa decidiu comentar no X (antigo Twitter) que a traição era mentira, e as pessoas começaram a acreditar novamente nela.

"A internet caiu de pau em cima dele. Uma semana depois, a então esposa de Whindersson perdeu o bebé, e a internet virou contra a Luísa, dizendo que ela tinha arquitetado tudo para a menina ficar nervosa e perder o bebé”, contou Lucas Pinho, agente da artista, citado pelo site "Extra". A equipa da cantora revelou que Luísa começou a receber ameaças de morte contra ela e contra a família. “Disseram que iam matar a irmã dela. Mandaram fotos de pessoas mortas para ela. Ela teve que ir para o México”, completou o agente. Foi aqui que a artista e Vitão se mudaram para o México durante algum tempo, para acalmar a situação.

A acusação de racismo

Outra grande polémica da carreira de Luísa Sonza ocorreu em 2020, quando a cantora foi processada por racismo pela advogada Isabel Macedo. Na altura, a advogada falou com o site "Notícia Preta" e falou sobre o assunto, explicando o seu ponto de vista. Isabel Macedo disse que a cantora lhe pediu um copo de água num café, achando que trabalhava no estabelecimento. A advogada desvalorizou a situação e foi à casa debanho, de onde saiu Luísa, que lhe perguntou se já tinha ido buscar o copo de água.

"Você não trabalha aqui?", perguntou a cantora. Ao descobrir que a jovem não era funcionária do local, Luísa, alegadamente, terá ficado surpreendida, o que levou Isabel a entender que isso poderia estar relacionado com a cor da sua pele. “Não é demérito algum ser empregada, eu mesma já fui doméstica, a questão é por que a branquitude sempre nos enxerga nessa posição de serviçal? Por que nos entendem como pessoas que só podem servi-los mas nunca como pessoas que podem consumir, viver e viajar como eles?”, disse Isabel ao meio de comunicação social.

A situação acabou por levar Luísa Sonza a tribunal, onde a advogada entrou com um pedido de indemnização por danos morais e de retratação pública por parte da cantora. O caso ganhou uma enorme repercussão nas redes sociais, especialmente por Luísa, no início do julgamento, ter negado as acusações. Em agosto deste ano, o processo ficou encerrado, depois de a artista brasileira e Isabel Macedo terem chegado a um acordo. No entanto, a decisão de expor o fim de seu relacionamento com Chico Moedas em televisão nacional fez com que a população interpretasse aquele ato como uma estratégia para desviar as atenções deste caso, já que, no mesmo dia, o jornal "Estadão" publicou um artigo sobre a acusação de racismo.