À quarta foi de vez. Os 230 deputados voltaram ao hemiciclo para votar na eleição do presidente da Assembleia da República e, finalmente, houve fumo branco. José Pedro Aguiar-Branco foi eleito para o cargo, tendo arrecadado 160 votos. Rui Paulo Sousa, candidato indicado pelo CHEGA, alcançou 50 votos.

Na manhã desta quarta-feira, 27 de março, PS e PSD chegaram a um acordo inédito na história da democracia portuguesa. Vão dividir a presidência da Assembleia da República entre duas figuras de cada partido: Aguiar-Branco, já eleito, assumirá o cargo nos primeiros dois anos da legislatura e, nos dois anos seguintes, será um deputado do PS, presumivelmente Francisco Assis (nome apresentado esta terça-feira, 26, pelo PS), a liderar o hemiciclo.

"É preciso ultrapassar este impasse que foi criado, porque há problemas graves no País. Este impasse não serve os problemas do País e é preciso resolvê-lo", disse Joaquim Miranda Sarmento, o ainda líder parlamentar do PSD esta manhã, anunciando assim esta solução inédita e adiantando que os sociais-democratas vão viabilizar os quatro nomes propostos para a vice-presidência da AR, apontados e votados pelos quatro maiores partidos do hemiciclo.

Quem é José Pedro Aguiar-Branco?

Aos 67 anos, José Pedro Aguiar-Branco torna-se o 15º presidente da Assembleia da República desde o fim do Estado Novo, sucedendo a Augusto Santos Silva. Advogado de formação, natural do Porto, foi ministro da Justiça do governo de Pedro Santana Lopes (2004-2005) e assumiu a pasta da Defesa Nacional nos dois governos liderados por Pedro Passos Coelho (2011 - 2015).

Foi deputado à Assembleia da República entre 2005 e 2009 e, em 2010, assumiu a liderança da bancada parlamentar do PSD, após a saída de Paulo Rangel. Em 2010, concorreu à presidência do PSD com Paulo Rangel e Pedro Passos Coelho, tendo perdido.

É casado com Maria Helena Moura Soares, com quem tem cinco filhos.