Emily Benschoter, natural do estado da Georgia, Estados Unidos, trabalha com atendimento ao público, na área do turismo, e revela que conseguiu o emprego sem que fosse necessária a realização de entrevistas presenciais ou online. Desta forma, o patrão não fazia ideia de que a mulher de 29 anos tinha o cabelo pintado de cor-de-rosa, o que era proibido pela empresa e se tornou num problema.

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“Pintar o cabelo para um emprego em que trabalho 40 horas por semana não era uma opção. Sou uma pessoa expressiva e sinto-me muito confiante com o cabelo rosa”, afirmou Emily, em entrevista à “Newsweek”.

A solução encontrada? Usar perucas durante o período que passa no trabalho. “Encontrei uma solução para manter o emprego e meu cabelo”, explica.

Desde então, faz vídeos para o TikTok, onde mostra as perucas que compra. Alguns utilizadores da rede social acham estranho que o emprego não permita o cabelo cor-de-rosa, mas que dê luz verde às perucas. “Eles acham que isso é melhor?”, chegou mesmo a comentar um utilizador num dos vídeos.

“Quanto pior for a peruca, melhor. É uma forma de abrir a conversa com os clientes que acham uma loucura eu ter que tapar o meu cabelo rosa”, admitiu à mesma publicação. “É desumano que eu não possa ser aceite porque o meu cabelo tem uma cor não tradicional”, acrescenta ainda.

Nos Estados Unidos, em 2019, foi criada a lei CROWN, para proteger os empregados que sofriam de discriminação devido às características do seu cabelo natural. A comunidade negra era a que mais sofria devido à textura e penteados que apresentavam.

Ainda assim, esta lei não abrange a situação de Emily Benschoter, uma vez que o cabelo da mulher não é naturalmente cor-de-rosa.