Uma mulher de 41 suspeitou que estava a ser raptada por um motorista da Uber, que a levou para a margem sul quando ela queria ir para a Amadora, e chamou reforços para a salvarem. A cena seguinte foi tipo filme de ação, com uma perseguição de mota e uma manobra arriscada para travar o carro. Acabou com a polícia a deter o motorista, que mal falava português.
A história começou na passada quinta-feira, 10 de agosto, perto das quatro da tarde. Uma mulher de 41 anos pediu à irmã para lhe chamar um Uber para a zona de Arroios, em Lisboa, e para o motorista a levar à Brandoa, na Amadora. Até aí tudo bem. O carro chegou, iniciou o percurso seguindo o GPS, até ao túnel do Marquês. Nessa altura, a mulher achava que o carro seguiria pela A5, onde apanharia a CRIL para a Amadora. Só que depois das Amoreiras, virou para a ponte 25 de Abril. A mulher, que levava uma criança consigo, ficou aflita a achar que estava a ser raptada e contactou de imediato a irmã, por telemóvel. A irmã falou com o marido e os dois foram imediatamente atrás do carro, usando uma mota, que conseguia passar pelo meio do trânsito. Como era hora de muito movimento, o Uber acabou por ficar retido na ponte, o que deu tempo para a mota conseguir alcançar a viatura, revela o "Correio da Manhã" na sua edição deste sábado, 12 de agosto.
O cunhado da mulher tentou forçar a viatura a parar, mas o motorista não obedeceu e continuou pela ponte. Só que numa última tentativa, a mota atravessou-se na frente do carro, que foi obrigado a parar, já depois da ponte, no parque da Via Verde, em Almada. A irmã da mulher chamou de imediato a PSP, que acorreu ao local, e o motorista, de 54 anos, estrangeiro, foi confrontado com a situação. À polícia, o homem disse que seguiu apenas o GPS e que deve ter havido algum engano. Justificou-se dizendo que não conhece a cidade, está em Portugal há pouco tempo e não fala sequer português.
A Ministério Público deu ordem para que o caso seja investigado, mas mandou o motorista seguir em liberdade, revela o "CM".