Há quem esteja a apontar o dedo ao vilão errado. Ser vacinado contra o coronavírus, seja com que vacina for, independentemente do género, não parece ter qualquer efeito sobre a fertilidade dos casais que tentam engravidar. No entanto, ainda que só temporariamente, ter COVID-19 tende a reduzir a fertilidade nos homens.

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Estas conclusões têm por base um estudo norte-americano publicado no American Journal of Epidemiology e financiado pelo National Institute of Health (NIH). O processo de investigação contou com a participação de mais de 2.000 casais e os resultados foram claros: não foram encontradas diferenças nas probabilidades de conceção entre casais vacinados e não vacinados, como avança o jornal "Observador".

Apesar disso, os resultados confirmam que a probabilidade de gravidez diminuía nos casos em que o homem tivesse sido infetado por COVID-19 nos 60 dias antes, o que sugere que contrair o vírus pode reduzir a fertilidade masculina.

Em contrapartida, nos casos em que o teste positivo tinha sido há mais de 60 dias não foram encontradas diferenças em relação aos casais em que o homem não foi infetado com o SARS-CoV-2. O que indica que a infeção afeta a fertilidade dos homens, sim, mas apenas temporariamente. 

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"Os resultados fornecem garantias de que a vacinação para casais que procuram a gravidez não parece prejudicar a fertilidade", defendeu Diana Bianchi, diretora do Instituto Nacional de Saúde Infantil e Desenvolvimento Humano Eunice Kennedy Shriver, do NIH, que financiou o estudo.

Mas, afinal, o que é que a COVID-19 tem que ver com a fertilidade?

Uma das explicações apontadas é que a febre pode levar à redução da contagem e a motilidade dos espermatozóides e é um dos principais sintomas da infeção, pelo menos com as variantes anteriores à Ómicron.

Outra hipótese apontada passa pelas inflamações nos testículos e nos tecidos próximos, assim como disfunção erétil, todos sintomas comuns após ter estado positivo à COVID-19, como estudos anteriores já tinham apontado.

Ainda assim, os investigadores norte-americanos continuam a trabalhar no sentido de encontrar a exata explicação, já que, até à data, estas são apenas possíveis explicações.

Recorde-se de que, atualmente, já está aberta a possibilidade de tomar a terceira dose da vacina contra a COVID-19 para cidadãos com 35 ou mais anos.  Portugal registou, esta sexta-feira, 21 de janeiro, mais 43 mortes e 58.131 casos de infecção pelo coronavírus SARS-CoV-2. Os números fazem parte do mais recente boletim epidemiológico da Direcção-Geral da Saúde (DGS), que foi divulgado este sábado, 22.

É o segundo dia consecutivo em que Portugal regista mais de 58 mil novos casos, e o quarto dia consecutivo com mais de 50 mil casos. Na quinta-feira, 20, foram detectados 58.530 novos casos.