Este sábado, 26 de agosto, assinala-se o Dia Mundial do Cão. Esta data para comemorar os patudos surge no pico do verão, que para eles pode ser tão prejudicial. A MAGG falou com uma veterinária de modo a perceber quais os cuidados a ter com os cães na altura de maior calor.

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Ana Carolina Bartolomeu é licenciada em medicina veterinária pelo Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto. Há duas décadas anos que colabora com a Nestlé enquanto responsável técnica e gestora da marca de dietas terapêuticas.

A veterinária de 45 anos alertou a MAGG para alguns riscos corridos pelos tutores dos cães no verão, que podem mesmo pôr em causa a saúde do animal. Falou-nos também das preocupações que devem ser tidas em conta por parte dos donos para garantir o bem-estar dos caninos.

1. Nunca trancar o cão no carro

"No verão, sem dúvida que a principal preocupação que os donos devem ter com os cães são golpes de calor: situações que podem constituir emergências médicas e levar à morte do animal se não forem tratadas e controladas muito rapidamente", avisa a médica veterinária.

Ao estarem dentro de viaturas automóveis sem climatização, os cães podem ser submetidos a temperaturas elevadas. "Os donos julgam que deixarem as janelas entreabertas é suficiente para manter uma temperatura agradável, o que não acontece", alerta.

2. Garantir que não está exposto a calor em demasia

Não deve deixar o cão no exterior no caso de o animal não ter as condições necessárias para permanecer, tais como acesso a água fresca e a zonas mais arejadas. "Vivem no exterior das habitações e são deixados sem locais de abrigo", diz a médica, frisando que mesmo a sombra pode atingir temperaturas demasiado elevadas.

Mesmo que o cão fique dentro de casa, é também crucial que esta esteja climatizada através de ar condicionado ou ventoinha, por exemplo. "Há estratégias como tapetes refrescantes para cães, que podem ser refrigerados e que fazem com que o animal possa deitar-se sobre eles e arrefecer", menciona Ana Carolina Bartolomeu.

É importante ir refrescando a água que o cão ingere e também "facilitar a ingestão de água através do alimento", como recorrendo a alimentos húmidos ou juntando água à ração seca que ele já come, se ele assim o aceitar. Já testemunhou um cão a ser negligenciado, seja por estar fechado num automóvel ou a sofrer no exterior de uma habitação?

Nesse caso, "deve contactar  as autoridades para atuarem e procederem à intervenção legal". "O tutor tem a responsabilidade pelo animal, mas, se não conseguirmos chegar a ele de forma imediata ou se ele não for cooperativo em melhorar a situação do animal", não hesite em fazer queixa.

3. Ter cuidado com o local e a hora dos passeios

É imperativo evitar passeios na altura de maior calor, que geralmente ocorre entre as 11 e as 15 horas. Em vez disso, é preferível levar o cão à rua "ao início da manhã ou ao final do dia". "Os cães não têm proteção nas patas", recorda a veterinária, que aconselha os donos a avaliarem a temperatura do solo colocando a palma da mão no chão.

Tal deve ser feito nomeadamente em zonas de asfalto ou com pedras demasiado quentes, onde geralmente se atingem temperaturas mais elevadas, e que podem "provocar queimaduras nas almofadas plantares" dos cães. No caso de ocorrer a queimadura, é fulcral procurar aconselhamento médico veterinário.

Isto porque, depois de o cão ter a pata queimada, "pode ser necessário fazer um penso, ter uma intervenção médica ou cuidados de limpeza da ferida, ajudar na cicatrização...", exemplifica Ana Carolina Bartolomeu, que reforça a importância de "avaliar o grau de extensão do dano".

4. Aplicar produtos com ação de proteção solar

Tal como os humanos, também os cães podem sofrer queimaduras solares, principalmente aqueles que "têm a pele ou o pelo mais claros", informou-nos esta veterinária. Se é o caso do seu melhor amigo de quatro patas, procure aconselhamento médico para saber o que fazer. No entanto, "a grande maioria dos cães não necessita desse tipo de cuidados".

Muitas vezes são indicados produtos com ação de proteção solar para evitar queimaduras nos cães que, por algum motivo (como um dia comprido de praia), são expostos de forma prolongada ao sol. "As zonas mais sensíveis são a ponta do nariz e as extremidades das orelhas", indica Ana Carolina Bartolomeu.

5. Molhar o animal

"Em situação de urgência, de golpe de calor e em termos de cuidados imediatos, pode ser necessário molhar o animal para lhe baixar a temperatura", refere a veterinária. No entanto, molhá-lo não significa dar-lhe um banho, com os produtos a que está habituado — pelo contrário.

"Dar mais banhos durante o verão a um animal que está saudável não é aconselhável", avisa, reforçando que os banhos excessivos "podem provocar irritação". "A pelagem deve ser mantida de qualidade com escovagem" e também com secagem para que a pele não fique com demasiada humidade.

6. Prestar atenção à queda de pelo

É vital prestar atenção à periodicidade da escovagem do cão, principalmente numa altura com maior tendência para queda de pêlo. "A escovagem pode e deve ser ajustada em função da queda de pelo", menciona a veterinária. Verifique se o seu cão está a perder pelo com mais frequência.

"A escovagem deve ser mais regular para libertar o pêlo solto e para que não se criem nós ou outros problemas com a pelagem", justifica a veterinária Ana Carolina Bartolomeu, salvaguardando ainda que a queda "varia de animal para animal".

7. Planear as férias tendo o cão em conta

"Nesta altura do ano, infelizmente, verificam-se maiores taxas de abandono, porque as pessoas deslocam-se para férias e não prepararam atempadamente sua ausência", afirma esta médica veterinária, que recorda que, hoje em dia, já há várias alternativas e soluções.

"Sempre que possível e se o local de destino assim o permitir, temos a possibilidade de levar os cães para hotéis dog friendly, casas, praias", menciona. "Se não for possível levar o cão para as férias, podemos tentar ver uma alternativa como ficar com um familiar ou um amigo", continua.

"Recorrer a um hotel canino" que tenha sido visitado e escolhido de antemão é também uma opção. "Devemos ir conhecer a equipa que lá trabalha para termos a certeza de que vai ficar bem entregue durante a ausência", nota Ana Carolina Bartolomeu.