Quem vai o Sri Lanka entre os meses de julho e agosto tem a oportunidade de assistir à “The Esala Perahera”, um festival colorido que invade as ruas de Kandy, cidade conhecida como a capital das montanhas. Há músicos, bailarinos, muita luz, e desfiles de elefantes que ostentam tecidos coloridos em cima do seu corpo.

Mas esta visão positiva da festa ficou manchada depois de terem sido divulgadas esta terça-feira, 13 de agosto, fotografias chocantes de um elefante fêmea com a pele colada aos ossos. A organização “Save Elephant Foundation” partilhou a história de Tikiiri, um animal com 70 anos, vítima de abusos e tortura.

“Esta é a Tikiiri, uma fêmea doente de 70 anos. Ela é um dos 60 elefantes que têm de trabalhar no festival de Perahera no Sri Lanka este ano. Tikiri junta-se à parada cedo até à noite por 10 noites consecutivas, no meio do barulho, do fogo-de-artifício e do fumo”, pode ler-se na publicação que fizeram no Facebook.

Ela caminha vários quilómetros todas as noites para que as pessoas se sintam abençoadas durante a cerimónia. Ninguém vê o seu corpo magro ou a sua condição enfraquecida por causa do disfarce dela. Ninguém vê as lágrimas nos seus olhos, magoados pelas luzes intensas que decoram a sua máscara, ninguém vê a dificuldade que ela tem ao caminhar dado que as suas pernas estão algemadas”, continuam.

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“Para uma cerimónia, todos têm o direito de acreditar desde que as crenças não disturbem ou magoem outros. Como podemos chamar isto de bênção, ou qualquer coisa sagrada, se fazemos com que outras vidas sofram?”.

Esta quinta-feira, a organização voltou a dar sinais de Tikiiri. A publicação no Facebook dá conta de um elefante deitado no chão, mostrando sinais de fraqueza.

“Por favor rezem por ela. É demasiado cansativo para ela andar e trabalhar. No dia em que a conhecemos, o veterinário disse que estava forte e apta para caminhar”, explicaram. “Olhem para esta pobre velha rapariga que caiu e que todo o mundo a pode ser. Não podemos deixar silenciar isto. É hora de nos levantarmos e tomarmos ações para proteger aqueles que ainda sofrem e que estão à espera da nossa voz”, escrevem.