Depois de muitas teorias no Reddit, contagens decrescente nas redes sociais e lágrimas ao rever os episódios mais dramáticos, “A Guerra dos Tronos” está de volta. O final vai ser contado em apenas seis episódios, e todos eles vão ser transmitidos na HBO Portugal e no canal SyFy.

Da política ao humor, a MAGG pediu a várias personalidades que vibram com a série que analisassem a oitava e última temporada. O segundo episódio ficou a cargo de Filipa Galrão, radialista da Mega Hits.

Opinião. Todas as meninas do mundo deviam chamar-se Arya. Todos os meninos do mundo deviam querer ser a Arya

Sabíamos que a noite ia ser longa. Não só por ser esse o título do episódio, mas porque esta seria a derradeira batalha entre os vivos e os mortos — e, já agora, porque demorou 11 semanas a gravar. O que não sabíamos é que a escuridão e o facto de os dragões não terem faróis de nevoeiro seriam uma dificuldade acrescida nesta batalha que adivinhava um fim bastante óbvio para os que têm sangue quente a correr nas veias.

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Do suspense psicológico ao terror foi um tirinho e é nesse estado de ansiedade que nos mantemos na maioria do episódio. Esfumam-se os Dothraki, caem os Unsullied e, quando damos por ela, já há White Walkers dentro das muralhas de Winterfell.

Para desgosto dos fãs habituados a ver morrer as suas personagens favoritas, parece que todos esses se estão a safar. Hora da ação para Jon e Dany, que finalmente põem os seus dragões a lançar uns fogos no campo de batalha para provar que não estamos a ver um filme a preto e branco. Ou só a preto, na verdade.

Mas o ataque dos dragões tem tão poucos resultados que até o Night King parece ignorar a união de forças do "casalinho". Aliás, a impotência de Jon Snow é bem retratada quando, já sem dragão, o próprio Night King ressuscita os soldados mortos e espera que sejam eles a limpar o sebo ao antigo bastardo.

A coisa está feia para os vivos mas há sempre um Bran na sombra de uma árvore, certo? Pronto para revirar os olhos, ver o que mais ninguém viu, e tentar mudar a história. Mas nem esse parece estar a trabalhar muito bem e o episódio é salvo pela ala feminina desde o início.

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Melisandre chega para ajudar todos aqueles que se esqueceram de aumentar o brilho do monitor e para lembrar Arya de que "ia fechar olhos de todas as cores", azuis incluídos. Arya tem medo mas é feita de trauma e coragem, e isso marca muitos pontos para a equipa da casa.

Todas as meninas do mundo deviam chamar-se Arya. Todos os meninos do mundo deviam querer ser a Arya. Ter medo é bom, ter amigos é melhor. Ter umas dicas da Red Woman é impagável. Pelo caminho a Sir Brienne já arrumou uns quantos White Walkers, a nariz empinado da Lyanna deu o corpo ao manifesto para matar um caminhante gigante e até Sansa, na cripta com todos os que não foram à luta, guarda no bolso uma faca de ponta afiada.

É nas mulheres que renasce a esperança do espectador e é com elas que acreditamos ser possível vencer a morte. Uma hora e meia depois só respiramos quando a salvação chega de uma miúda que durante tantos episódios nem nome tinha. Amanhã podem recomeçar os jogos de poder. Por enquanto, fica a certeza: o que se diz ao Deus da Morte? Hoje não.