Se está a ler isto talvez pense: mais uma? É verdade. Lisboa recebe uma nova marca de trotinetes elétricas, a Flash. Mas, apesar de serem muitas as semelhanças com as que já existem na cidade, as Flash apresentam características que foram pensadas cautelosamente para as ruas portuguesas. Suspensões, travões duplos, entrada USB, leds de sinalização e rodas maiores são algumas das particularidades que tornam esta trotinete única.

Mas não são só estas as novidades deste meio de transporte. Uma das principais preocupações da empresa é "oferecer uma experiência muito mais amiga do espaço público". Assim, para evitar trotinetes no meio dos passeios, ou até em cima das árvores, como já aconteceu, quando acedemos à app da Flash encontramos sinalizados todos os parques de estacionamento disponíveis na cidade.

“60% das viagens realizadas em todo o mundo têm menos de 8km, e, em Portugal, 55% das deslocações demoram menos de 15 minutos”.

De maneira a fazer com que os utilizadores cumpram as regras, a Flash oferece descontos para quem estacionar as trotinetes nos locais corretos: desbloquear a trotinete tem o custo de 1€, deixada no sítio certo recebe de volta 0,50 €. O pagamento é feito através do cartão de crédito, após a utilização da trotinete, não sendo necessário carregar previamente a conta antes de utilizar o serviço da Flash. Em relação aos preços, a empresa segue o exemplo praticado pela concorrência, cobrando, depois, 0,15€ por minuto.

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Com estas trotinetes já não será necessário parar para aceder ao GPS, pois estas já vêm equipadas com um suporte para telemóvel e uma entrada USB que permite carregá-lo.

Esta terça-feira, 12 de março, as Flash foram lançadas numa apresentação que teve lugar no restaurante À Margem", em Belém, onde marcaram presença o diretor da empresa para Portugal, Felix Petersen, o antigo secretário de estado da indústria, João Vasconcelos, e a engenheira de Planos de Mobilidade em Portugal, Paula Teles.

Felix Peterson realçou que a Flash é a única empresa que desenvolve os seus veículos, o que permitiu introduzir alguns elementos de segurança e conforto adicionais. Entre estes elementos, o responsável destaca as rodas de maior dimensão, uma suspensão reforçada e travões mais eficazes.

"Os nossos veículos têm travões independentes, uma área mais larga para os pés, mais luzes e refletores, uma suspensão robusta que proporciona maior conforto e segurança e rodas maiores, de 10 polegadas", explica.

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Segundo Felix Petersen, em Faro, desde fevereiro, 43,5% dos utilizadores estacionaram de forma correta, recebendo o bónus de 50 cêntimos.

Paula Teles, engenheira de Planos de Mobilidade em Portugal, chama a atenção para a "necessidade das pessoas se libertarem dos automóveis", sendo que "60% das viagens realizadas em todo o mundo têm menos de oito quilómetros, e, em Portugal, 55% das deslocações demoram menos de 15 minutos".

A minha experiência com a Flash

A zona de Belém foi a escolhida pela empresa para o lançamentos das trotinetes, sendo que experimentei o veículo neste local. O primeiro passo foi colocar o capacete. Para começar a andar, dei um impulso com o pé e, como me tinham dito os técnicos, carreguei no acelerador, que se encontra à direita do guiador. A velocidade é o que dá estabilidade à totinete, por isso não é preciso ter medo de acelerar. Na realidade, até é preferível. Além disso, as rodas, maiores do que as que estamos habituados em trotinetes deste género, ajudam a encontrar um maior equilíbrio.

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Segundo diziam os técnicos, devido à suspensão a trotinete não vacila como as outras na calçada. Decidi ver se era mesmo verdade e, rufar dos tambores, tinham razão. Apesar de alguma turbulência, não senti que ia cair em nenhum momento. A Flash transmite bastante segurança. Depois de terminada a experiência, é só puxar o descanso da trotinete e deixá-la no local adequado. Vale a pena — 0,50€ não dá para muito, mais ainda é alguma coisa.