Gostar de quem somos nem sempre é fácil. Aceitar o nosso corpo e a nossa forma de ser, muitas vezes, também não. Achar que não somos capazes, que não somos bons suficientes ou que ninguém vai gostar de nós são alguns dos pensamentos que ocasionalmente nos atormentam. Para as pessoas com baixa autoestima, são constantes.

  • Fatores genéticos;
  • Aparência física ou peso;
  • Problemas de saúde mental;
  • Estatuto socioeconómico;
  • Experiências emocionais significativas;
  • Pressão dos pares;
  • Bullying.

Este conceito já é antigo. Surgiu pela primeira vez em 1885, com William James, que se referia ao que sentimos por nós mesmos. Nas palavras da psicóloga clínica Renata Benavente, "trata-se da avaliação subjetiva que o indivíduo faz de si e que se traduz na forma como se vê e o valor que atribui a si próprio". Por outras palavras, a baixa autoestima reflete-se nos nossos pensamentos, sentimentos e comportamentos, fazendo-nos pensar coisas como "sou incompetente/sou inútil".

Além disso, continua Renata Benavente, a baixa autoestima está também associada a sentimentos de tristeza, preocupação ou zanga. "Influencia ainda o desempenho académico, a felicidade, a satisfação nas relações conjugais e o comportamento criminal."

Renata Benavente é licenciada em Psicologia, mestre em Psicologia Clínica e tem uma pós-graduação em Estudos e Intervenções com Famílias pela Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação

As pessoas com falta de autoestima tendem a auto criticar-se de forma excessiva, a serem hipersensíveis a críticas, a ter medo exacerbado de cometer erros e uma necessidade extrema de agradar os outros. São normalmente, como refere Renata Benavente, pessimistas e perfecionistas.

Manter relacionamentos positivos, evitar comparações ou procurar pontos de vista alternativos são formas de combater a falta de autoestima. A psicóloga clínica Renata Benavente dá-nos 8 dicas para aprender a valorizar-se.

  1. Identificar as qualidades, habilidades e conquistas, por mais pequenas que possam parecer;
  2. Desenvolver atividades profissionais, de lazer ou voluntariado que permitam pôr em prática as competências identificadas anteriormente;
  3. Procurar um ponto de vista alternativo: em que se baseia este pensamento? Qual é a pior coisa que pode acontecer? O que diriam as pessoas que me são próximas?;
  4. Promover e manter relacionamentos positivos;
  5. Evitar as comparações com os outros;
  6. Praticar atividades relaxantes diariamente (ouvir música, cozinhar, caminhar);
  7. Praticar exercício físico e adotar uma alimentação saudável e boa higiene do sono;
  8. Procurar ajuda especializada junto de um(a) psicólogo(a).
Qual é a idade em que temos uma maior autoestima?
Qual é a idade em que temos uma maior autoestima?
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Falta de amor na infância também resulta em autoestima baixa

Renata Benavente explica que, "no que concerne às experiências de vida, nomeadamente às relações precoces, as pesquisas evidenciam que a criança que não se sente suficientemente amada pelo(s) cuidador(es) ou que sofreu algum tipo de negligência emocional pode vir a desenvolver a crença de que não é merecedora de afeto".

Esta perspetiva irá condicionar a autoestima do indivíduo, bem como a forma como se relaciona com os outros e como se avalia nos diferentes contextos da vida — na escola, junto da família ou nas circunstâncias sociais.