Chega uma altura na vida em que só o pensar em partilhar quarto com dez desconhecidos é o suficiente para ter insónias. Depois é o chuveiro único a ter que ser suficiente para uma multidão ou a cozinha sem lei, a não ser a do usar e esperar que alguém arrume.

Por outro lado, às vezes, aquela ação de chegar a um hotel, passar um cartão e abrir a porta de um quarto vazio deixa espaço para algo mais.

E é neste intervalo entre o que esperamos de um hostel e o que queremos de um hotel que espaços como o The Indy House Rooms & Apartments ganham lugar. Ocupa o Palácio da Bombarda, no Intendente, e dispõe de vários tipos de alojamento, preparando-se assim para receber desde famílias a casais ou amigos que procuram uma Lisboa diferente.

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"Esta não é a Lisboa do 28 ou a do pastel de Belém", refere Inês Sousa, responsável de marketing do grupo The Independente Collective, projeto que conta várias unidades de alojamento e restauração, como é o caso do The House of Sandeman Hostel, no Porto, ou o The Independet, em Lisboa. Aliás, no site, referem que o The Indy House está localizado "no bairro mais exótico e multicultural de Lisboa", perto dos mercados do Martim Moniz ou do Forno do Tijolo.

O The Indy House reúne 34 quartos e seis apartamentos (com tipologias T1 e T2) e em todos os pisos existem cozinhas para serem partilhadas. É lá que é servido o pequeno-almoço, das 7h30 às 12 horas, para dar espaço aos madrugadores e aos que pedem sempre mais cinco minutos na cama.

Durante esse horário, em cima das mesas das cozinhas são dispostos cereais, pães e bolos. Há também um frigorífico com um autocolante a dizer "This is yours", onde estão as manteigas, compotas, fruta, queijo e fiambre. Durante este período há sempre um funcionário que, tanto pode preparar uns ovos mexidos, como ajudar a lavar a loiça.

A cozinha, assim como a sala de estar, a receção e o jardim são os espaços de partilha e que, por isso, mais remetem ao conceito de hostel. Essa partilha pode ser feita no sofá a ver televisão, na troca de livros na estante, na mesa sempre posta com sumos, fruta e bolos na receção ou no terraço a aproveitar a luz da cidade.

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A decoração é tão inesperada que faz arregalar os olhos a cada porta que se abre. Os quartos diferenciam-se pelo papel de parede com flamingos, tucanos, papagaios e padrões geométricos e, por todos os andares são visíveis os toques de vintage, seja nas cabeceiras feitas com portas antigas ou nas carpetes com ar de quem já viu lá passar muita gente.

Este upcycling nota-se também no terraço, no qual estão espalhados vasos feitos com sanitas e lavatórios antigos e paredes feitas de portas antigas.

A este espaço exclusivo para hóspedes, junta-se um outro, bastante maior, e reservado para eventos privados. Por aqui há camas de rede, baloiços e um mural gigante da autoria do grupo e arte digital Estúdio Altura, num conjunto improvável, principalmente por tudo isto estar no meio de um bairro de casas pequenas e ruas estreitas.

Morada: Rua Maria da Fonte, 25, Lisboa

Preço: quartos 75€, apartamentos 98€ (preço médio)

Telefone: 21 812 14 90

Aqui, onde agora está o The Indy Hostel, funcionou uma residência de estudantes, mas até há pouco tempo, todo o edifício estava devoluto. "Aliás, se formos agora ao street view do Google Maps parece que aqui não existe nada", refere Inês Sousa, que já recebeu telefonemas de turistas que, depois de uma pesquisa online decidem ligar a saber se a morada do hostel está mesmo certa. "Depois chegam e ficam encantados", garante.