Este sábado, 19 de agosto, aconteceu o último concerto da digressão Encore dos D'ZRT, que marca o regresso da banda após 12 anos. A atuação decorreu no Estádio de Algarve, onde estiveram milhares de pessoas. Longe de estar lotado, não deixou de impressionar pela adesão.

Afinal, o concerto dos D'ZRT no Algarve não foi o último. Banda vai voltar a atuar em Lisboa
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Com uma sensação térmica de 40ºC, houve quem esperasse horas ao sol, ficando com escaldões, e quem, mais prevenido, levasse chapéus de praia e tendas. A abertura de portas, às 18 horas, resultou numa correria frenética com um só objetivo: a fila da frente.

Depois das atuações do DJ Henry Josh, do DJ R&B Sessions by Galão e dos The Seems e antes da Revenge of the 2000'S, às 21h15, era a banda D'ZRT quem pisava o palco. Estivemos no primeiro concerto desta tour, no Altice Arena, em Lisboa, e, agora, no último. Teve momentos-chave diferentes e especiais, para fechar o ciclo da melhor maneira, mas a essência foi a mesma.

Falamos-lhe daqueles que foram, para nós, os pontos altos deste concerto, que contou com convidados especiais e amigos. "Esta noite é o regresso ao verão azul", avisou a banda, logo no começo.

1. As homenagens a Angélico

Quando tudo começou, os D'ZRT eram quatro. E, de acordo com os artistas, assim se mantêm. "O Angélico esteve connosco em todos os concertos. Vamos ser sempre os quatro aqui em cima deste palco", esclareceu Edmundo. Angélico Vieira morreu em junho de 2011 num acidente de viação.

Com recurso a silhuetas e hologramas, também ele esteve presente no concerto. Adorámos assistir a estas homenagens no primeiro concerto (que nos destruíram por completo) e, agora, já sabíamos o que esperar. Ainda assim, não deixámos de ficar arrepiados. E ainda bem que pudemos ver novamente estes momentos lindos.

É percetível que, mesmo depois de algumas atuações, a própria banda continua a emocionar-se com tudo o que tenha que ver com Angélico. Observam atentamente as partes que o envolvem, fazem silêncios e trocam palavras de carinho, aqui e ali, para recordar o amigo que perderam.

2. A dedicatória de Cifrão

A certa altura do concerto, Vítor Fonseca confessou que estava distraído. "A Noua está em Lisboa à minha espera para eu poder assistir ao parto. A minha cabeça está em Marte", admitiu. Juntos há 16 anos, Cifrão e Noua Wong preparam-se para ser pais pela primeira vez. O anúncio da gravidez chegou a 8 de abril.

A algumas horas de ser pai, Cifrão decidiu revelar o nome da filha — mas não sem antes explicar que teria de ter um nome diferente, mais fora do comum. "A minha filhota vai chamar-se Zaya", disse, levando o público à loucura.

Tal como faz sempre, Cifrão dedicou a música "Estar Ao Pé De Ti" à companheira. Com Noua na capital e não na plateia, o apaixonado fez uma videochamada que foi transmitida nos ecrãs gigantes para todos os que estavam no Estádio do Algarve. Do outro lado, Noua dançava e acariciava a barriga, sempre com um sorriso de orelha a orelha.

"Esta é para ti e para a nossa filhota", disse o cantor, que está prestes a estrear-se na paternidade. Para nós, este foi o melhor momento do concerto. Uma vez que já tínhamos assistido às homenagens a Angélico, foi aqui que não aguentámos as lágrimas.

3. O segmento de FF

Fernando Fernandes, mais conhecido por FF, foi um dos convidados deste encerramento de digressão. "Uma pessoa que partilhou muitas coisas connosco, que escolheu o seu rumo e que é enorme", anunciaram os D'ZRT, antes da entrada do cantor em palco.

FF veio cantar duas músicas: "Tudo O Que Quero" e "O Meu Verão Não Acabou", temas indissociáveis dos "Morangos com Açúcar", onde os D'ZRT foram criados. Quando FF parava de cantar, era a multidão quem o fazia, palavra a palavra, como se ouvissem estes temas todos os dias.

Já não nos lembrávamos da voz impressionante de FF e esta performance fez-nos querer pesquisar o cantor para saber o que tem feito. Destaque ainda para a queda que deu ao escorregar e para o look com que subiu ao palco. Cada País tem o Harry Styles que merece.

4. A reinterpretação de Agir

Também Agir foi chamado para atuar ao lado de Cifrão, Vintém e Edmundo. Embora este cantor não tenha uma associação óbvia à geração Morangos, mostrou que estava mais do que à altura quando cantou "Querer Voltar", um dos temas mais conhecidos dos D'ZRT, como se fosse dele.

"Não sei como é que convenci o Agir a fazer isto", reconheceu Cifrão. Em palco, Agir aproveitou todos os momentos para louvar a banda, para puxar pelo público e também para agradecer pela oportunidade. Foram trocados muitos abraços e sorrisos.

5. O regresso ao Verão Azul

"Temos de ter Morangos aqui", declarou a banda, antes de chamar os convidados, que estavam numa zona VIP da bancada, ao palco. "Senhoras e senhores, com vocês, o Topê, o Ruca e o Zé Milho. O David está cá connosco", garantiram, aludindo às personagens que assumiram na novela da TVI.

Não tardariam a juntar-se à banda atores como Catarina Siqueira, Lourenço Ortigão, Diogo Carmona, Rodrigo Paganelli, Tiago Aldeia e Luís Lourenço e as ex-Just Girls Helga Posser e Kiara Timas. Cantaram uns versos, trocaram carícias e recordaram alguns momentos. E o público vibrou.

dzrt
créditos: Instagram

"Parece que regressámos ao Colégio da Barra", afirmou a banda. Estava instalado o verdadeiro Verão Azul, tanto pela presença dos atores e cantores como pela vibe que se viveu no estádio, desde a alegria da plateia à noite quente que se fazia sentir. Uma viagem nostálgica (e boa) ao passado.

"Ou somos corajosos ou somos tolos por ter feito tudo isto acontecer", disse Edmundo. "Também tínhamos muitas saudades vossas. Precisávamos de tempo. Era uma saudade boa de estarmos todos juntos novamente, a reviver algo que tanto nos marcou. É difícil explicar o que aconteceu. Fez-nos viajar no tempo, e isso é mágico", concluiu a banda, em vídeo.