A caminho do terceiro dia, o incêndio em Odemira não dá sinais de abrandar  — e o perímetro é cada vez maior. Há pessoas desalojadas, feridos e estradas cortadas. As chamas estão perto do local onde decorre o festival MEO Sudoeste.

Neste momento, há 867 profissionais, 294 meios terrestres e 6 meios aéreos envolvidos no combate às chamas, de acordo com o site "Fogos.pt". A Proteção Civil considera tratar-se de uma "ocorrência em evolução sem limitação de área". Há bombeiros há 72 horas sem dormir.

Pelo menos 1400 pessoas foram retiradas de casa devido a este incêndio. O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) já colocou cerca de 120 concelhos do interior Norte, interior Centro e da região do Algarve em perigo máximo de incêndio para esta terça-feira.

Este incêndio rural começou na zona de Baiona, na freguesia de São Teotónio, em Odemira. Desde então, já se disseminou, tendo já duas frentes ativas. Já chegou a Aljezur e está a ameaçar o concelho de Monchique. Mas e a Herdade da Casa Branca, onde estão milhares de festivaleiros?

Durante esta segunda-feira, 7 de agosto, a Proteção Civil e a Música no Coração, promotora do festival MEO Sudoeste, garantiram que o mesmo não está em risco. "O recinto e a zona de campismo não se encontram na linha de evolução do incêndio", asseguraram, em comunicado citado pelo "Expresso".

No entanto, devido a esta ocorrência, o acesso ao recinto (onde o festival acontece há 25 edições) terá de ser feito a partir do norte. "Quem for para a Zambujeira do Mar terá de ir via norte ou via IC1 a partir do Algarve através de Boavista dos Pinheiros", informam.

Nas redes sociais já começaram a surgir as primeiras imagens do incêndio visto da perspetiva dos festivaleiros. Embora os concertos principais só comecem na quarta-feira, dia 9 (e vão até sábado, dia 12), já há milhares de pessoas acampadas nestes terrenos.

O risco de incêndio determinado pelo IPMA tem cinco níveis, sendo que os cálculos são obtidos a partir da temperatura do ar, da humidade relativa, da velocidade do vento e da quantidade de precipitação nas últimas 24 horas. A intensidade do incêndio de Odemira é tal que até já consegue ser visto do espaço.

incêndio odemira
créditos: SIC Notícias

Esta imagem foi captada pelo satélite europeu Copernicus Sentinel-2, na segunda-feira, 7 de agosto, e permite entender melhor a dimensão do fogo em questão e a extensão da área ardida.