No Reino Unido, os meios de comunicação acusam mais uma polémica sobre o plano curricular para a educação sexual nas escolas. Neste caso, surgiu de imagens que teriam sido retiradas dos manuais escolares e que chocaram alguns dos pais dos alunos. Não se sabe a origem das imagens publicadas no “Daily Mail”, mas a controvérsia gira à volta de temas como a masturbação e a identidade de género.

Nalgumas imagens lê-se que “pessoas de todos os géneros e idades se masturbam” e “Zoe é não-binário, o que significa que não é uma menina nem um menino”. Os pais demonstraram alguma indignação e os professores foram acusados de ensinar estes temas às crianças de forma precoce.

Masturbação e sexo oral. Programa de educação sexual para crianças a partir dos 3 anos em tribunal
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A discussão de identidade de género nas salas de aula tem gerado alguma divisão em países como Inglaterra e Estados Unidos. Enquanto uns argumentam que esta não precisa de ser ensinada às crianças, porque não consideram que seja “baseada em ciência ou factos”, como pode ler no “Daily Mail”, outras pessoas consideram que ter essa informação possa ser a chave para uma sociedade mais inclusiva e empática. O mesmo se aplica a temas como a masturbação, relações sexuais, entre outros.

Embora este ainda seja também um tema tabu, várias organizações consideram que a masturbação não tem uma idade mínima apropriada, desde que seja praticada em privado. Nestas situações, os alunos podem ficar vulneráveis à perspetiva da escola e dos próprios professores – e é aqui que entram os debates constantes. Pode ler mais sobre a educação sexual em Portugal neste estudo, por exemplo.

A educação sexual é obrigatória no Reino Unido há três anos. Esta escolha reflete “o crescente reconhecimento dos países de que os jovens precisam de conhecimento e habilidades para fazer escolhas responsáveis ​​nas suas vidas”, lê-se no site da UNESCO. “Muitos jovens crescem a ouvir informações distorcidas, incompletas ou carregadas de julgamento sobre sexualidade. Isso pode fomentar sentimentos de medo e insegurança entre os jovens à medida que crescem”, alerta Joanna Herat, especialista do Programa de Saúde e Educação da UNESCO.