Em relação à Amazónia, a posição de Joe Biden, novo presidente eleito dos Estados Unidos, é muito diferente face à do atual líder em funções, Donald Trump. Foi, aliás, um dos tópicos abordados num debate, no final de setembro, altura em que as duas figuras eram ainda candidatos: o democrata referiu que, na sua presidência, "começaria imediatamente a organizar o hemisfério e o mundo para abastecer a Amazónia com 20 mil milhões de dólares, para o Brasil não queimar mais a Amazónia."

Depois, ameaçou com consequências: "[A comunidade internacional diria ao Brasil] aqui estão 20 mil milhões de dólares, parem de destruir a floresta. E se não pararem, vão enfrentar consequências econômicas significativas."

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Nessa altura, o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, usou o Twitter para reagir, considerando a declaração "lamentável", "desastrosa" e "gratuita", numa série de posts a criticar Biden.

Agora, com a eleição do democrata, o líder brasileiro voltou a pronunciar-se. Na terça-feira, 10 de novembro, afirmou que "apenas pela diplomacia" não será possível chegar a um consenso no que toca ao desmatamento da Amazónia e à posição do presidente eleito dos Estados Unidos.

“Assistimos há pouco um grande candidato a chefia de Estado dizendo que, se eu não apagar o fogo da Amazônia, ele vai levantar barreiras comerciais contra o Brasil", disse, num evento para a retoma do turismo no Brasil.

“Apenas pela diplomacia não dá. Não é, Ernesto?”, afirmou, questionando o ministro das Relações Externas, Ernesto Araújo. “Depois que acaba a saliva, tem que ter pólvora. Não precisa nem usar a pólvora, mas tem que saber que tem". 

Já congratulado pelos líderes de diversos países, incluindo o francês Emmanuel Macron e a alemã Angela Merkel, Jair Bolsonaro ainda não cumprimentou Joe Biden, depois de a 7 de novembro ter reunido os votos do Colégio Eleitoral necessários para o tornar no presidente eleito dos Estados Unidos, pondo fim à administração Trump.