O projeto de lei que estabelecia que em 2020 seria posta a circular uma nota de 20 dólares com a cara de Harriet Tubman não terá, afinal, efeito na data prevista, prevendo-se que só dentro de uma década é que a cara da ativista, que nasceu na era da escravatura, passe a integrar as notas americanas, avançou o secretário do tesouro Steve Mnuchin, citado pela "CBS News".

O plano de lançar uma nota com a cara da abolicionista e política, que iria substituir a do sétimo presidente americano Andrew Jackson, começou há anos e foi pensado para que representasse a primeira mulher negra a ter o seu rosto estampado em dinheiro norte-americano. O objetivo era que o lançamento da nota coincidisse com o centésimo aniversário da 19.ª Emenda, que deu às mulheres o direito de votar.

Mas sob o governo do atual presidente, Donald Trump, isso não vai acontecer, adiantou Mnuchin, que avançou ainda ao Comité de Serviços Financeiros que a hipótese de isto acontecer no seu mandato é inexistente, mesmo que venha a servir um segundo. “Portanto, não estou focado nisso, por enquanto.”

O redesenho das características de segurança da nota serão ainda lançadas em 2020. Porém, a mudança no seu aspeto não deverá surgir até 2026 e a sua circulação não deverá acontecer até 2028.

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O Secretário do Tesouro não deu mais argumentos sobre o motivo que levou ao adiamento do projeto e também não tomou nenhum partido. “Não tomei nenhuma decisão relativamente a isto”, disse, citado pelo mesmo jornal.

"Pessoas que não são homens brancos construíram este condado. E o secretário Mnuchin concorda, mas ele recusa-se a atualizar nossa moeda”, disse, no Twitter, Aryanna Pressley, uma representante democrata de Massachussetts, que interrogou Mnuchin sobre o projeto de Tubman.

No mandato do ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, o antecessor de Mnuchin supervisionou um processo de dez meses em que o público sugeriu centenas de pessoas cujos retrato poderia aparecer nas notas americanas, tendo sido esta a inspiração na escolha de Tubman. Em 2016, o departamento do tesouro anunciou que estava a trabalhar para que a nova nota fosse lançada o mais rápido possível.

Mas, no mesmo ano, Donald Trump mostrou logo de que lado é que estava: não apoiou a imagem para a nota de 20 dólares, considerando a escolha uma “pura correção política”, sugerindo que a cara da ativista surgisse, antes, em notas de dois dólares ou “outra nota”, mostrando, ainda, admiração por Andrew Jackson, que, no século XIX, era proprietário de escravos.

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