Harry e Meghan casaram em maio e (ainda) não têm filhos. Mas Kate e William têm três – George, Charlotte e Louis. O que não têm, é a custódia total dos mesmos. Quem o diz é Marlene Koenig, historiadora e fundadora do blogue Royal Musings, em declarações ao news.au.com. Pela lei, "é o soberano que tem a custódia dos netos menores."

E esta lei é muito antiga. Foi aprovada em 1717, por uma maioria sólida de juízes – o rei Jorge I tinha uma péssima relação com o filho (Jorge II), mas queria ter algum controlo sobre os netos. A lei dava ao rei o "direito de supervisão" dos netos, "mesmo durante a vida do pai." Tinha uma palavra a dizer sobre a educação dos netos, as viagens que faziam, o local de residência, e até sobre os casamentos.

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O tema ainda voltou a ser discutido uns anos depois (em 1772), mas a lei nunca chegou a ser alterada. Por isso, ainda se encontra em vigor. E foi assim com William e Harry. “Tecnicamente, eles precisavam de permissão para viajar. A rainha tinha a última palavra nesse tipo de decisões." Numa viagem que fez até à Austrália, a princesa Diana terá pedido permissão à rainha para levar os filhos com ela – mas William e Harry não chegaram a viajar com a mãe. A avó não deixou.

Mas há mais. A Lady Di também tinha o desejo de que os filhos ficassem ao cuidado da mãe e do irmão, caso lhe acontecesse alguma coisa, e deixou esse desejo escrito em testamento. O que aconteceu, foi que a sua vontade acabou por ser ignorada pela rainha, e pelo palácio.

Quanto aos bisnetos, é que parece haver alguma confusão. Há quem diga que sim, que Isabel II tem a custódia dos bisnetos e pode intervir. E quem diga o contrário. Em declarações à Harper's Baazar, a historiadora afirmou que há uma espécie de "vazio legal", e que a lei não chega a falar de bisnetos – o rei Jorge I não chegou a tê-los, e a questão nunca se pôs.

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Por outro lado, quando o príncipe Carlos se tornar rei, será o guardião legal dos netos. No entanto, segundo a historiadora, William e Harry não terão muito com que se preocupar – a lei continua em vigor, mas já ninguém se preocupa muito com ela, garante. 

Esta lei foi também a razão pela qual a custódia dos filhos não esteve incluída nos papéis do divórcio de Carlos e Diana, e do príncipe Andrew e Sarah Ferguson. "A custódia não está incluída, porque eles nunca a chegam a ter integralmente."