O Zimp estreou-se no Alentejo, em 2012. Nos anos seguintes passou pelo Gerês e desde o ano passado que montou tenda, literalmente, na Serra da Estrela. É na Quinta do Crestelo, em Seia, que se mantém a tradição de celebrar o bem-estar, a boa comida e a natureza em sete dias de macrobiótica (e muito mais).

A ideia foi de Francisco Varatojo, fundador do Instituto Macrobiótico de Portugal e nem quando, no ano passado, a sua morte assombrou um cenário quase perfeito, o Zimp deixou de acontecer. Se em 2017, a saudade e as memórias marcaram o festival, uma vez que decorreu apenas um mês depois de o corpo de Francisco ter sido encontrado no mar depois de uma das suas habituais práticas de mergulho, este ano o passado não se apaga mas pinta-se de cores de futuro. "Não vamos ter nenhum momento dedicado ao meu pai, porque todo o Zimp é uma homenagem", explica Sofia Varatojo, que, com a mãe e os irmãos, pegou neste projeto de família e não o vai deixar cair.

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A linha do festival, refere a organizadora, é sempre a mesma: culinária, ioga, meditação, desporto e workshops para ajudar a que quem saia de lá venha com uma maior ligação entre si e a natureza. É por isso que, passando os olhos pelo programa, se encontram horas dedicadas à cosmética orgânica, ao desperdício zero, às plantas medicinais e até está previsto um passeio na quinta para aprender a identificar flores comestíveis.

Mas logo no primeiro dia, a abrir, está marcada uma palestra sobre macrobiótica, até porque, lembra Sofia, "nem todos os participantes seguem esta filosofia" e há que esclarecer o tema. E como nem todos podemos estar lá na primeira fila, fica aqui uma pequena explicação dada em tempos por Francisco Varatojo, mas que fica para sempre: "A Macrobiótica não é exclusivamente uma dieta, mas sim um estilo de vida que tem como objetivo último ajudar-nos a desenvolver o nosso potencial humano, ao seguirmos as leis da natureza dum ponto de vista biológico (através da alimentação), ecológico (fazendo escolhas diárias que contribuem para uma melhor qualidade de vida ambiental), social e espiritual (tratando os outros com amor e compaixão e assumindo a nossa responsabilidade como um pequeno elo numa vasta cadeia de seres e fenómenos).

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Posto isto, passemos à festa. O Zimp começa dia 30 de julho, ainda que este dia seja apenas de receção aos participantes. A partir daí seguem-se seis dias que começam sempre com ioga e práticas daoístas, para logo continuar com aulas de pilates ou treinos de alta intensidade. Durante o dia há ainda workshops de comida e estilo de vida, aulas de dança, jogos de futebol e, à noite, sessões de cinema, magia ou quizz.

Apesar de faltar pouco tempo para o Zimp deste ano, ainda há vagas disponíveis e os preços variam consoante o tipo de estadia, que pode ir desde acampamento, até caravanas, dormitórios partilhados e apartamentos de várias tipologias. O bilhete mais caro custa 680 € e inclui a participação em todas as atividades, alojamento em apartamento T0 e todas as refeições, macrobióticas claro. Este valor é ajustado à estadia, mas também ao número de dias de participação. Se ficar apenas dois dias e em parque de campismo, o preço é 228,80€, com direito a refeições e acesso a todo o programa.