Esta quarta-feira, 27 de março, França vai estar a discutir um projeto de lei cujo intuito é a aprovação de uma licença menstrual de 13 dias por ano, sem carência, a mulheres que sofrem de dores menstruais. E porque uma simulação vale mais do que mil palavras (sabemos que a expressão não é assim, mas decidimos adaptar), os deputados franceses foram submetidos a simulador que as reproduz.

O desafio foi lançado pelos deputados ecologistas Sébastien Peytavie e Marie-Charlotte Garin. No vídeo publicado esta sexta-feira, 22 de março, nas contas do Instagram de ambos os deputados, as reações são hilariantes. É que, uma vez que têm de ler um pequeno texto, os colegas parlamentares dos ecologistas são constantemente interrompidos pelas dores.

Veja o vídeo.

Estas dores assemelham-se a pequenos choques elétricos, segundo dizem os deputados. "Ai, para", "é realmente horrível", "na verdade, dói muito", "é muito doloroso", "é irritante!" ou "é uma dor muito específica" são apenas alguns dos comentários dos deputados submetidos ao teste.

"É extremamente difícil de te concentrares em determinados momentos", tendo estas dores, diz o deputado do MoDem, Erwan Balanant, "É muito chato", frisa. Os deputados Maxime Mino e Stéphane Vojetta corroboram este ponto de vista e admitem que trabalhar naquelas condições "é horrível" e "é difícil", respetivamente – e o primeiro diz ainda que a iniciativa o ajudou a colocar-se "no lugar das mulheres".

Em relação ao projeto de lei, esta não é a primeira vez que a medida é discutida em França. No ano passado, o país já avaliava a possibilidade de conceder esta licença às mulheres, algo que não chegou a ir para a frente. Quem serviu de inspiração a França foi Espanha, que se tornou o primeiro país da Europa Ocidental a adotar uma baixa médica de até cinco dias por mês, segundo a BBC.

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Em fevereiro do ano passado, Portugal também discutiu um projeto de lei semelhante, que não chegou a ir para a frente. Os socialistas chumbaram faltas justificadas, certificado de incapacidade, comparticipação de medicamentos para cerca de 230 mil mulheres portuguesas que sofrem de endometriose.