Eve Gilles é a Miss França 2024. Eleita este sábado, 16 de dezembro, a jovem de 20 anos, que tem um corte de cabelo curto, foi alvo de uma chuva de críticas, assim como a organização do concurso, depois de usar a sua vitória para dizer que esta se tinha tratado de um passo em direção à "diversidade", já que o certame é conhecido por premiar mulheres com longos cabelos.
"Ninguém deve ditar quem tu és", começou por dizer a jovem, no rescaldo da sua vitória, segundo a "Sudouest". "Estamos habituados a ver misses bonitas com cabelo comprido, mas eu escolhi um look andrógino com cabelo curto", continuou, acrescentando que "cada mulher é diferente" e que todas são únicas.
“Gostava de mostrar que a competição está a evoluir e a sociedade também, que a representação de mulheres é diversificada. Na minha opinião, a beleza não está limitada apenas a cortes de cabelo ou às formas que temos ou não", continuou citada pela mesma publicação.
Ainda que tenha sido a favorita do júri, fruto do seu corte de cabelo "à la garçonne" (“à rapaz", em português), a vencedora do certame ficou em terceiro lugar na votação do público. Foi isso que motivou a chuva de críticas, que se fez sentir nas redes sociais, logo após a sua vitória.
“A Miss França já não é um concurso de beleza, mas um concurso woke baseado na inclusividade”, escreveu um utilizador no Twitter, atualmente chamado X, citado pelo"The Telegraph". E até Sandrine Rousseau, deputada ecologista do Grupo dos Verdes/Aliança Livre Europeia, que usa um corte de cabelo muito curto, se pronunciou. “Portanto, em França, em 2023, medimos o progresso do respeito das mulheres pelo comprimento do cabelo?“, escreveu na mesma rede social.
Entretanto, alguns dias depois da sua eleição, a Miss França deu uma entrevista à TF1, um canal francês detido pelo grupo homónimo, na qual abordou as críticas que tinha recebido. "Neste momento, não respondo a comentários. Não sei se algum dia irei fazê-lo", disse Eve Gilles, de acordo com a TF1.
Garantindo que "um guerreiro também possui um escudo" – e admitindo que o seu é a sociedade Miss França, o comité Miss Nord-Pas-de-Calais, a família e todos os que a apoiam –, diz que "todos os anos, a Miss França recebe a sua quota-parte de críticas", tratando o assunto com alguma normalidade. "As pessoas que hoje me criticam talvez me apoiem amanhã", frisou.
Eve Gilles é a sucessora de Indira Ampiot, a vencedora da edição anterior do concurso, que a coroou em direto. A jovem de 20 anos vem de Nord-Pas-de-Calais, que fica no norte de França, e tem duas irmãs mais velhas, de 26 e 30 anos. Há dois anos, trabalhava numa fábrica de ovos e, depois de acabar o ensino secundário, ingressou na Universidade de Lille para estudar matemática, segundo a TF1.
