Já todos sabemos — talvez todos menos Donald Trump — que o aquecimento global é uma realidade. Vemos os glaciares a derreter, o mar a galgar a terra e os incêndios a consumir floresta, a uma velocidade que nos torna impotentes.

Mas para que estas imagens não se tornem banais ou parte de uma realidade que não podemos mudar, volta e meia surgem estudos que mexem com as consciências. É o caso deste, publicado pela “Advances in Atmospheric Science”.

Nele, uma equipa internacional de 14 cientistas de 11 institutos de todo o mundo concluem que os últimos dez anos foram os mais quentes de sempre, no que toca a valores de temperatura do mar.

E para que esse noção seja real, fazem um paralelismo: os oceanos absorveram nos últimos 25 anos o calor equivalente à explosão de 3,6 bilhões de bombas como a de Hiroshima.

Com estes números, os investigadores garantem que, não só o aquecimento é superior ao estimado, como também a tendência é de aumento nos próximos anos.

A última década, especialmente os cinco últimos anos, foi a mais quente da história dos oceanos. Só no ano passado, a temperatura foi 0,075 graus Celsius mais alta do que a média registada no período entre 1981 e 2010.

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Para atingir essa temperatura, o oceano terá absorvido 228 sextiliões de joules de calor. "São muitos zeros. Para facilitar a compreensão fiz um cálculo. A bomba atómica de Hiroxima explodiu com uma energia de cerca de 63.000.000.000.000 (63 biliões) de joules. A quantidade de calor que colocámos nos oceanos do mundo nos últimos 25 anos é igual a 3,6 mil milhões de explosões de bombas atómicas em Hiroxima", disse à CNN Lijing Cheng, principal autor do estudo e professor do Centro Internacional de Ciências Climáticas e Ambientais, do Instituto de Física Atmosférica, da Academia Chinesa de Ciências. Falamos aqui do equivalente ao lançamento de cinco bombas atómicas por segundo.

Desde 1970 que mais de 90% do calor do aquecimento global foi absorvido pelos oceanos, com menos de 4% desse calor a ir para a atmosfera ou para a terra.

O investigador defende que esta medição do calor nos oceanos é “irrefutável” e é “mais uma prova do aquecimento global”. E mais, para Lijing Cheng não existem “alternativas razoáveis” para justificar a elevação das temperaturas oceânicas, a não ser as emissões de gases poluentes.

John Abraham, um dos autores do estudo e professor da Universidade de St. Thomas, nos EUA, lembra também a importância destas medições feitas no mar. "É fundamental entender a rapidez com que as coisas estão a mudar", disse à CNN John Abraham. A chave para perceber o aquecimento global "está nos oceanos, é aí que a grande maioria do calor acaba. Se se quiser entender o aquecimento global tem que se medir o aquecimento dos oceanos".

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