Os defensores da carne vermelha reagiram contra o crescimento do veganismo, na maior conferência agrícola do Reino Unido, relata o jornal inglês "The Guardian". Argumentam que há frutas, vegetais e grãos a perder 50% dos seus nutrientes, no espaço dos últimos 50 anos, sendo, por isso, fundamental consumir fontes alimentares de origem animal.

Segundo Alice Staton, professora de farmacologia cardiovascular no Royal College of Surgeons, na Irlanda, os níveis de nutrição dos alimentos vegetais estão a cair na sequência da produção em massa e preços acessíveis: "Para alimentos à base de plantas, houve uma queda até 50% nos últimos 50 anos de vitaminas e eletrólitos, devido à seleção genética de grande volume e uniformidade de forma e aparência, para que as coisas pareçam boas nas prateleiras. Não houve seleção para o conteúdo de nutrientes."

Staton explica que não é contra este regime alimentar  — apenas está preocupada com o equilíbrio (ou desiquilíbrio) nutricional. "Eu não sou contra o vegetarianismo ou o veganismo", disse.“É possível ter uma dieta equilibrada com o vegetarianismo. É um pouco mais desafiador, mas ainda é possível. No entanto, exige muito conhecimento e esforço, o que não acontece na maioria da população. As pessoas não têm tempo para investir em obter uma dieta realmente equilibrada através de uma variedade de alimentos à base de plantas".

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No entanto, em 2019, uma comissão que reuniu 37 cientistas de renome aconselhou a população da Europa e do norte da América a reduzir o consumo das carnes vermelhas, em cerca de 80% — sugerindo um hambúrguer de carne  e duas porções de peixe por semana. Alice Stanton ressalva que não é contra esta diretriz, afirmando ao jornal inglês que "concordou totalmente".

Ela reconhece as necessidades urgentes de diminuir as emissões de carbono, para as quais a indústria da agropecuária contribui grandemente. Porém, considera que a redução do consumo de carne tem sido demasiado drástico. De acordo com Staton, estes alimentos, consumidos "duas a quatro vezes por semana", constituem um fator “protetor contra ataques cardíacos, derrames e cancro”, destacando ainda o facto de as crianças, nos primeiros 3 anos de vida, precisarem muito dos nutrientes que estes alimentos providenciam.

A venda das carnes sofreu uma grande queda, como consequência da diminuição abrupta do consumo de alimentos de origem animal e detrimento de dietas vegetarianas, vegan ou ainda flexíveis. De acordo com investigadores do mercado de Nielsen, no Reino Unido, a venda da carne vermelha desceu, em 2019, cerca 185 milhões de libras (cerca de 213 milhões de euros).

Por outro lado, segundo estudos da Veganuary, uma organização sem fins lucrativos britânica que promove uma dieta vegan, mais de 1,3 milhões de pessoas desistiram de produtos de origem animal, em 2019.

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