A partir do Natal e até à segunda semana de janeiro, muitos portugueses podem vir a passar as festividades com gripe. É que de acordo com a previsão apresentada esta quarta-feira, 11 de dezembro, pelo Centro de Estudos e Avaliação em Saúde (CEFAR), da Associação Nacional das Farmácias, este será o período cuja fase de contágios será mais severa. 

E como é que foi possível fazer esta previsão? Através dos dados diários da dispensa de medicamentos e produtos de saúde para infeções respiratórias. Estes não só apontam para o pico de gripe até à segunda semana do próximo ano, como para o facto de o início da fase epidémica ter ocorrido há duas semanas.

A gripe é, de acordo com o Serviço Nacional de Saúde (SNS), uma doença aguda viral que afeta principalmente as vias respiratórias e há vários sintomas que podem indicar o aparecimento do vírus, que, se atacados desde cedo, podem amenizar o agravamento da gripe. 

Adultos: 
Mal-estar e cansaço.
Febre alta.
Dores musculares e articulares.
Dores de cabeça.
Tosse seca.
Inflamação dos olhos.

Bebés:
Febre.
Sonolência.
Náuseas.
Vómitos.
Diarreia.
Dificuldades respiratórias.
Otites.

"Este novo instrumento tem grande valor para a saúde pública porque permite alertar a população para a necessidade de reforçar os comportamentos preventivos", refere em comunicado Nuno Rodrigues, da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública, que colaborou na construção do modelo.

Entre 2018 e 2019, registaram-se quase três mil mortes por gripe num período que ficou marcado pela epidemia de gripe e a vaga de frio, de acordo com os dados do relatório anual realizado pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, divulgados em outubro.

Para evitar que este número alcance valores ainda mais significativos este ano, os dados diários a que as farmácias portuguesas têm acesso são uma mais-valia na prevenção — quer por parte da sociedade, quer por parte dos serviços de saúde, que podem já planear uma resposta mais eficaz para os doentes com o vírus da gripe.

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As próprias farmácias, que recebem 502 mil portugueses por dia, atuam nesse sentido, "através da dispensa de medicamentos, administração de vacinas e aconselhamento à população", refere António Teixeira Rodrigues, diretor do CEFAR, em comunicado.

A vacinação contra a gripe é especialmente importante em certas faixas da sociedade. É o caso de pessoas com 65 e mais anos, grávidas e pessoas com doenças crónicas, diabetes em tratamento ou outras doenças que diminuam a resistência às infeções.

Só este ano, desde 15 de outubro, já foram vacinados mais de um milhão de idosos e mais de 200 mil cidadãos com idades entre os 60 e os 64 anos, de acordo com os dados da segunda vaga do relatório "Vacinómetro".