Estocalmo.

Não, não é um erro gramatical. Foi assim que encontrámos a capital da Suécia: calma e silenciosa, muito por culpa da falta de tempo. E não, também não me enganei. Falta mesmo tempo! Falta sol. Falta luz. E faltam horas de dia. Mas sabem que mais? Foram suficientes para nos rendermos a esta cidade.

Talvez pudéssemos pensar que não foi a melhor escolha para um mês que se quer de (muito) frio e chuva, onde o amanhecer é às 7h30 e às 16 horas já é noite cerrada. Mas não. Mesmo na escuridão de novembro, Estocolmo é qualidade de vida. É ânsia de caminhar pelas ruas estreitas e pitorescas de Gamla Stan enquanto ainda é de dia, de explorar Djurgården num cenário melancólico de outono, que tanto nos remete para conforto e tranquilidade, de percorrer os diferentes bairros a pé.

Sim, tudo a pé. Só assim conseguimos parar para observar o modo de vida dos suecos. O modo civilizado como percorrem a cidade de bicicleta ou com carrinhos (duplos) de bebé, como evitam o caos e o frenesim, como vivem para si. Fora de quatro portas, aparentam ser um povo focado e rigoroso, onde não há espaço para “dar um jeitinho” (tenho para mim que lhes falta uma pitada do nosso salero).

Djurgården

Em Estocolmo, tudo é bonito e organizado. Não há lixo no chão e os caixotes parecem não fazer falta. Há jardins, parques e mercados de rua, carregados de produtos frescos. Há vistas panorâmicas e percursos obrigatórios, como o de Monteliusvägen. Há restaurantes que parecem verdadeiras lojas de decoração e que são o melhor refúgio quando a chuva parece não abrandar. Não há dinheiro na mão, quanto muito um cartão. Não há um sorriso imediato, mas há facilidade em o esboçar. Há a chegada do Natal e a magia das montras que reúne famílias inteiras em filas intermináveis e as faz esquecer da tal falta de tempo. E há, também, uma certa admiração. Sim, muitos foram os que se espantaram por verem turistas numa altura em que há quem queira pegar no negócio e rumar até outras temperaturas.

Mas o que é facto é que, ali, tudo é apetecível e captador da nossa atenção. Da nossa atenção e dos nossos estômagos. A quantidade de restaurantes com opções verdadeiramente saudáveis é de fazer crescer gelo na boca. Começando com as mais cremosas papas de aveia do Pom & Flora ou com o tofu mexido em pão de fermentação lenta do Mahalo, parando no STHLM Raw para não perder a bowl da época, ou no MyVegina para sabermos o que responder quando nos perguntam “o que é um dahl?”, e terminando com o ramen ou com o caril do Dr. Mat — passava bem por Dr. Hälsa (“saúde” em sueco) —, tudo foi motivo para tentar incluir mais uma ou outra refeição no nosso dia. Já mencionei a importância de andarmos a pé, certo?

Crónica. Estocolmo em novembro? Eu fui. E voltava

Acredito que o sol e a luz têm uma grande influência e nos dão, quase sempre, uma melhor experiência e visão do que presenciamos. Mas sabem que mais? O anoitecer prematuro e o frio que se faz sentir dão a Estocolmo um certo encanto. E a nós? A nós, uma tranquilidade que raramente encontramos.

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