São nove da manhã. A esta hora, Lisboa, ainda que acordada, deambula com os olhos inchados de quem ainda não tomou café.

É nesta altura que, quem saiu de casa de estômago vazio, entra nos cafés à procura do conforto de um pão com manteiga e de um galão. Mas a MAGG, para quebrar as regras daquilo que está estipulado para as refeições, decide entrar logo de manhã no mais recente italiano da cidade.

Morada: Largo Rafael Bordalo Pinheiro, 32
Telefone: 21 269 7656
Horário: 9h-24h

Não nos atiramos imediatamente de cabeça para pizzas e massas, porque esses são pratos só saem da cozinha a partir do meio-dia, mas desde o momento em que abre, o Caffé di Marzano serve tudo o que prepara o corpo para o dia, numa mistura entre a comida italiana e o ambiente de um café nova-iorquino.

Esta espécie de Little Italy instalada em Lisboa está aberta das 9 horas à meia-noite e divide o dia em três cartas. Logo de manhã, pode optar pelo lado mais nova-iorquino que há em si e pedir umas panquecas (entre 5€ e 6€), umas papas de quinoa (5€) ou uns ovos, que aqui podem ser mexidos (4€), no forno com espinafres e cogumelos (6€) ou com polpetta de carne (7€), mas também escalfados (6€), com acompanhamentos que podem ir do salmão fumado ao abacate.

Se a vontade for a de se deixar levar pela atmosfera italiana, opte pelos paninis (4€), aqui servidos com presunt, pecorino, mortadela, mas também com curgete e beringela. As bruschettas (4,50€) podem ser de quatro queijos, abacate, cogumelos ou salmão fumado.

O Caffè di Marzano fica no Largo Rafael Bordalo Pinheiro, no espaço antigamente ocupado pela mítica loja Rei das Meias. Depois de umas obras, o café, agora forrado a veludo azul, plantas e madeira, divide-se entre um primeiro e segundo andar. Na mezzanine, as mesas têm todas uma campainha, para que não fique à espera de ser visto. Aproveite mesmo é para apreciar a vista, tanto para a zona de entrada como para o Largo, que costuma ser de muito movimento.

Não fazem reservas até porque não se assumem como um restaurante. "É um espaço descontraído, onde se pode vir beber um café de especialidade ou um bom vinho, e aproveitar para comer qualquer coisa", explica António Cardoso, que se lança nesta aventura depois de ter aberto o restaurante italiano Valdo Gatti.

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É por isso que daqui não espere uma daquelas pizzas familiares ou uma massa que o encha para o dia todo. Mas repare no preço: nenhum dos pratos ultrapassa os 6,50€. Pode escolher o tipo de pasta que prefere entre esparguete, orecchiette, fusili e penne sem glúten e depois é só escolher o molho: salmão e brócolos (6,50€), bolonhesa (6,50€), pesto (6€), cogumelos (6€) ou Cavolfiore (6€), uma mistura de couve-flor, curcuma, pimenta, passas e amêndoa. Já as pizzettas são versões das pizzas do Valdo Gatti, mas mais pequenas. Todas custam 6,50€ e as opções vão desde a clássica Marguerita, até à de mozarella, salsicha fresca, brócolos, pancetta e tomate seco.

Durante o dia servem também lasanha (6,50€), almôndegas em tomate (6€), paninis (4€), alguns dos ovos do pequeno-almoço e três saladas (6€): caprese, com queijo, tomate e manjericão; a vegana com quinoa, rabanete, rúcula, abacate, mirtilos e laranja; ou a Nizzarda, com alface, azeitonas, tomate cherry, atum e ovo cozido.

À noite, a carta mantém-se idêntica, ainda que com algumas substituições estratégicas: menos saladas e paninis, mais tábuas de partilha. É que a altura do dia pede um copo de vinho e duas de treta, que sabem sempre melhor com comida de partilha. Existem seis tipos de tábuas (entre 9€ e 10,50€), com opções de queijo, charcutaria e também vegetais. É o caso da Veggie, com curgete, beringela, pimento, abóbora e alcachofras. Mas se a ideia for experimentar o que de melhor Itália dá em termos de carnes, aposte na tábua com prosciutto crudo, breasola e salami.

É também nesta altura que o café muda. Abrem-se umas portadas atrás do balcão, tiram-se as frutas que durante o dia serviram para fazer os sumos e abre-se espaço ao barman, que aqui preparar cocktails ou serve um dos muitos vermutes disponíveis. Há também espumantes e vinhos, alguns italianos mas quase todos portugueses e provenientes de quintas pequenas.

À MAGG, António Cardoso conta que este Caffé di Marzano será filho único, mas que o Valdo Gatto prepara-se para uma expansão. A ideia é fazer deste restaurante uma cadeia e, já em 2020, espera-se que abram dois a três novos restaurantes.

"Quero estabelecer-me na zona em volta de Lisboa, com espaço em Cascais, Almada e Setúbal, para depois seguir para norte. Aí avanço logo com restaurantes em Aveiro, Viseu, Porto e Braga", refere. No total, o proprietário espera conseguir chegar aos 15 ou 20 restaurantes em todo o País. "O Valdo Gatti não foi feito só a pensar em Lisboa".