No início de junho uma onda de indignação levantou-se na sequência de um episódio de violência dirigido a um casal gay, que seguia um autocarro noturno, em Londres. A agressão psicológica e física contra  Melania e Christine aconteceu na sequência de comportamentos homofóbicos protagonizados por um grupo de quatro jovens — que fizeram "gestos sexuais" e insistiram para que as mulheres se beijassem na frente deles, relatou na altura Melania Geymonat, 28 anos, na sua conta de Facebook.

A dada altura, revoltada com os comentários e gestos obscenos, Christine Hannigan levantou-se e atirou-se aos rapazes. A situação terminou com o episódio de violência física: “Fiquei tonta ao ver o sangue (…) Não me lembro se desmaiei ou não. De repente, o autocarro parou, a polícia estava lá e eu estava a sangrar”, escreveu Melania na mesma publicação, acompanhada por uma fotografia, onde o casal surge com marcas de sangue, fruto da agressão.

Casal gay agredido em Londres: "Vieram para cima de nós porque nos veem como objetos sexuais"
Casal gay agredido em Londres: "Vieram para cima de nós porque nos veem como objetos sexuais"
Ver artigo

De acordo com o que relatou em julho o "The Independent", os agressores eram quatro rapazes, dois de 16 anos, um de 15 e outro de 17 anos. Foram acusados sob a lei pública do Reino Unido de um crime de ódio agravado. Esta quinta-feira, 28 de novembro, três deles foram presentes a tribunal e julgados pela agressão cometida a 30 de maio, reporta o mesmo jornal britânico.

O Highbury Corner Youth Court (tribunal de crianças e menores) ouviu as mulheres que relataram ter sido cercadas pelos jovens, que começaram por lhes arremessar moedas e por os tais gestos sexuais. Através de registos de videovigilância, foi possível identificar os jovens — que até então negavam a acusação — no autocarro, a protagonizar as ações de que tinham sido acusados. É também possível ver Melania a reagir — indo atrás da namorada para a impedir — e um dos jovens a agarrar na sua mala.

Os rapazes, cujas identidades não podem ser divulgadas por serem menores de idade, acabaram por admitir os crimes, encurtando o prazo estipulado de dois dias para aquele julgamento. As acusações foram retiradas contra um dos jovens, com 17 anos.