Sempre que alguém pede um café no Bloom Coffee Room, o lado de lá do balcão transforma-se num laboratório. Há balanças a pesar à grama, água filtrada e aquecida à temperatura ideal e grãos que casam na perfeição com o paladar de cada um.

Este espaço a servir café de especialidade abriu há duas semanas, mas é uma ideia a marinar há mais de um ano e do outro lado do mundo.

Morada: Avenida António Augusto Aguiar, 22 A, Lisboa
Horário: 8h30-18h30. Sábado 10h-17h

Nikita Pirogov é russo e vivia numa terra do interior com o nome quase impronunciável de Yekaterinburg. Estava farto do tempo cinzento e do seu trabalho na área do marketing e decidiu pegar na mulher e no filho recém-nascido para juntos virem para Lisboa. Porquê Lisboa? À resposta clássica do sol e da hospitalidade, Nikita junta outra: "Porque os portugueses adoram café".

E foi exatamente com a ideia de abrir a sua cafetaria que viajou até Portugal em maio. Antes disso, e ainda na Rússia, encontrou Paulo Assunção, um português motorista de táxi com quem podia partilhar esta paixão pelo café. "Encontrámo-nos em páginas sobre café no Instagram, metemos conversa e quando o Nikita veio para Lisboa, desafiou-me para esta parceria", explica Paulo.

Expresso ou de filtro? No Buna, o café é sempre de especialidade
Expresso ou de filtro? No Buna, o café é sempre de especialidade
Ver artigo

Os dois estudaram sobre o tema, tiraram cursos de baristas, e pela cafetaria espalharam revistas e livros sobre o tema. Não se importam de parar o que estão a fazer para explicar de onde vem cada café e até promovem provas para que os clientes percebam a diferença entre o café de especialidade e um café normal.

"Por detrás de cada chávena de café, há uma história para contar. Desde os agricultores, aos importadores, às pessoas que torram. Só depois entramos nós, que tentamos servi-lo da melhor forma", refere Nikita. E no Bloom Coffee Room, são, de facto, várias as formas de beber café.

Desde o expresso (1,30€ simples/1,80€ duplo) ao cappuccino (2,80€), passando pelo latte (3€) e o hand brew. Se escolher esta última opção, tem o prazer de ver Nikita ou Paulo a pesar os grãos, a moê-los na hora, a aquecer a água e a servi-lo com a calma que o momento merece.

Para acompanhar, há sempre uma montra cheia de doces. Há brownies (3€), cookies (3,50€) e éclairs (3,50€), mas também croissants que podem ser simples ou recheados com manteiga, doce, fiambre, queijo, Nutella ou manteiga de amendoim.

Para o pequeno-almoço, preparam um menu composto por papas de aveia, croissant com manteiga e doce ou fiambre e queijo e café de filtro ou sumo de laranja (4€).

Ainda que aberto há pouco tempo, Nikita já percebeu que a ementa tem que mudar. "Perguntam-me muitas vezes se tenho sopa para o almoço. Já percebi que para os portugueses isso é importante", comenta. A essa futura sopa, pode sempre juntar uma das tostas disponíveis, feitas em pão da Gleba: Nutella ou manteiga de amendoim com banana (3,90€), ovo com bacon (4€), cogumelos, espinafres e queijo (4,50€), húmus, tofu e pimentos (4,50€) ou ricota com tomate cherry (4,50€).

Mesmo que virado para o café, aqui também encontra cerveja artesanal e vinhos biológicos. "Eu, que vim da Rússia, nem bebia álcool. Mas desde que descobri estes vinhos, apaixonei-me", conta Nikita.

O café está aberto das 8h30 às 18h30, sendo por isso ideal para um pequeno-almoço, um almoço leve e um café sem hora marcada.