O Instagram promove estes pequenos fenómenos estranhos. É que, nos últimos dias, tem sido notícia em grande parte da imprensa internacional o facto de um novo utilizador ter chegado à rede social. O motivo? O facto de não ser, digamos, humano. Chama-se B. (é suposto ler-se "Bee"), é uma abelha francesa, identifica-se como o primeiro inseto influenciador da internet e os números não mentem.

É que desde que chegou à rede social, já angariou mais de 174 mil seguidores e a tendência é para que este número não pare de subir. No entanto, a popularidade talvez não tenha só que ver com as fotografias apelativas e esteticamente bem produzidas que a conta vai publicando no seu perfil oficial.

É que esta abelha tem uma mensagem muito forte por detrás e procura consciencializar para a necessidade de se tomarem medidas que visem a preservação das abelhas enquanto espécie afetada.

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Segundo escreve a CNN, a conta terá surgido como consequência de uma parceria estabelecida entre a Fondation De France e a BeeFund, duas associações francesas. O objetivo, sabe-se agora, é a criação de ações de sensibilização através da partilha de conteúdo criativo onde seja possível fazer chegar uma mensagem a uma audiência cada vez maior.

Mas como? Como qualquer influenciador digital, através da parceria com várias marcas que possam levar a B. a novos utilizadores. No entanto, e segundo revelaram os responsáveis da conta à mesma publicação, as únicas marcas elegíveis para a criação de uma parceria são aquelas que trabalhem na área da biodiversidade e que, além disso, sejam aprovadas pela Fondation de France.

A primeira colaboração, escreve a CNN, foi realizada com a Ricola — a empresa suíça que fabrica um xarope para tosse e cuja a Fundação Ricola apoia e ajuda na criação de projetos que protejam a abelhas e promovam a preservação dos seus habitats.

O dinheiro decorrente dessas ações de publicidade é depois distribuído pela Fondation de France a todos os agricultores, para que também eles possam desenvolver novas técnicas de trabalho que tenham como único objetivo a reconstrução dos habitats da espécie e a preservação do seu efeito polinizador.

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Ainda segundo a CNN, o novo projeto apadrinhado pela B. chama-se Mayage e já está a unir uma grande comunidade de agricultores e apicultores para o desenvolvimento de novas práticas de preservação, plantação de plantas amigáveis às abelhas e meios que visem a não interrupção da produção do mel.

Um estudo recente realizado pela Fondation de France estima que mais de 30% das colónias de abelhas francesas sejam extintas anualmente, mas este não é um problema exclusivo da França.

Só nos Estados Unidos da América, por exemplo, denotou-se um aumento nas perdas de colónias — o que evidencia a falta de mecanismos em vigor que sejam capazes de proteger e minimizar a perda da espécie.