A partir de 2050, o Cais das Colunas vai desaparecer. A Avenida da Ribeira das Naus vai ter que ser reconstruida, o Lidl de Xabregas passará a ter água à porta e adeus Torre Vasco da Gama. E isto só em Lisboa. Parte do Barreiro vai desaparecer do mapa, toda a Reserva Natural do Estuário do Sado está em risco e vamos ter água até Benavente, no distrito de Santarém.

É esta a conclusão de um estudo publicado esta terça-feira, 29 de outubro, na revista científica "Nature Communications". Por culpa do aquecimento global, consequência de todas as más práticas ambientais que tivemos até agora, o planeta está a aquecer, os glaciares e montanhas de gelo estão a derreter e o nível das água começa a subir. E muito.

Esta vai ser uma das zonas mais afetadas em Portugal

A investigação foi realizada pela organização sem fins lucrativos, Climate Central, que elaborou um mapa interativo com todas as zonas em risco de inundação a partir de 2050.

Na Ásia, o continente mais prejudicado, 237 milhões de pessoas podem ter de ser deslocadas na China, Vietname, Índia, Indonésia, Bangladesh e Tailândia. Xangai, Macau e Banguecoque, por exemplo, podem desaparecer completamente do mapa.

Em Portugal, as cidades contíguas ao Estuário do Tejo, a costa algarvia, Figueira da Foz, Viana do Castelo, Vila do Conde, Matosinhos, Espinho e Aveiro também estão em risco.

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No total, 300 milhões de pessoas em todo o mundo vão sofrer com a subida do nível das águas. E, infelizmente, já não há nada que possamos fazer — mesmo que tomemos as melhores medidas agora, as previsões pouco ou nada vão mudar.

Ainda assim, isto não significa que baixemos os braços: se trabalharmos todos juntos no sentido de diminuir a nossa pegada ambiental, até 2100 o nível dos oceanos vai subir cerca de 50 centímetros. Se continuarmos como estamos hoje, a subida vai ser de 150 centímetros.