Num cenário ideal, o despertador toca e logo de seguida já estamos de pé, a ir em direção à cozinha para colocar o pão na torradeira e, enquanto as torradas não estão feitas, vestimos o outfit escolhido no dia anterior. Tudo isto com um sorriso nos lábios e vontade de enfrentar mais um dia.

Só que muitas vezes a única parte verdadeira deste cenário é o toque do despertador. Que toca uma, toca duas, às vezes dez vezes. Mas este pode ser um dos fatores que está a dificultar a realização de todas as tarefas que tinha planeadas para aquele dia — ou a tornar um suplício a ideia de fazê-las.

Ora, a dica da escritora Arianna Huffington para ser uma pessoa bem-sucedida foi revelada durante uma TED Talk, cujo tema é: "How to succeed? Get more sleep", ou seja, "Como ser bem-sucedido? Durma mais", em tradução livre.

"A minha grande ideia é uma pequena ideia que pode desbloquear mil milhões de grandes ideias", começa Huffington, antes de reforçar a importância do sono.

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Fará sentido? Podemos de facto ser mais bem-sucedidos se dormirmos melhor?

"A perturbação e/ou a privação de sono pode alterar drasticamente o pensamento, o raciocínio, o humor e o comportamento e tem claro impacto negativo na saúde em termos físicos, mentais, emocionais e obviamente na produtividade", explica à MAGG Sandra Sousa Marques, médica de medicina interna na Clínica Lusíadas Almada e especialista em sono.

Um adulto precisa de uma média de sete a nove horas de sono por dia. Mas será "dia" a palavra mais indicada ou devemos restringir-nos a dormir apenas à noite? "A hora certa do dia tem características individuais, que são geneticamente determinadas e dependem do cronótipo [predisposição natural para sentir picos de energia ou cansaço ao longo do dia] de cada pessoa", refere a médica Sandra Sousa Marques.

A especialista acrescenta que dormir das 3 até às 11 horas representa um período do dia adequado para indivíduos notívagos, ou seja, que se sentem mais produtivos à noite, mas não será a melhor opção para pessoas madrugadoras.

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Portanto, da mesma forma que uma pessoa é uma pessoa, um sono é um sono. Há vários aspetos a ter em conta no momento de avaliar a qualidade do descanso: o horário de sono que funciona para cada pessoa, a quantidade de horas de sono que cada indivíduo precisa de dormir e a qualidade das mesmas — se essas horas de sono são eficientes e a pessoa consegue mesmo descansar, portanto.

Se costuma acordar naturalmente, sem necessidade de despertador, este é, normalmente, um bom indicador de qualidade do sono, segundo a especialista.

Para cumprir com todos estes requisitos, a especialista do sono Sandra Sousa Marques, enumera várias regras que deve seguir antes de adormecer de forma a promover o relaxamento e um sono de qualidade, mais descansado e reparador.