Maria José (nome fictício) foi diagnosticada com um cancro no ovário há dois anos, na sequência de uma crise de falta de ar provocada pela presença de líquido no pulmão. A doença já se encontrava no estádio 4 e havia metástases quando recebeu a notícia. Portadora de diabetes e com níveis altos de colesterol, não se apercebeu dos sintomas: “Sentia-me inchada, tinha peso a mais, pensei que fosse por causa da diabetes ou da medicação para o colesterol”, explica. A vigilância ginecológica fora feita cerca de dois anos antes. Maria José sabe que deixou passar tempo a mais. “Agora não vou pensar nisso, tenho um cancro para vencer”, avança. Aos 55 anos, dona de casa, dois filhos que já não vivem com ela, conta com o apoio do marido e de muitos amigos. “Devo ao cancro a grande proximidade que tenho hoje com os meus amigos. É uma coisa que me emociona muito”, conta, sem conseguir esconder um ligeiro tremor de emoção na voz.

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Logo que soube da sua doença, Maria José consultou vários médicos, tanto no sistema nacional de saúde como no particular. Optou por ser seguida no público, não só pela confiança que o médico lhe inspirou como pela proximidade do hospital em relação à sua casa. O plano de tratamento incluía quimioterapia e cirurgia, numa primeira fase. Depois, tudo seria avaliado para se tomarem novas decisões. Na primeira sessão de quimioterapia, Maria José sentiu efeitos imediatamente. Inchou muito, o que lhe causou muitas dores abdominais. Até que um cunhado lhe falou numa terapia complementar. “Fui a um médico no Estoril que usa terapêuticas de homeopatia e acupunctura. E indicou-me uma nutricionista para me ajudar também com a alimentação”, explica. Na segunda sessão, Maria José surpreendeu-se: “Não inchei, no dia seguinte fiz logo a minha vida normal”. Contou ao médico que tinha optado por terapêuticas alternativas para atenuar os efeitos secundários da medicina convencional, o qual se mostrou compreensivo: “Se se sentiu bem, não vejo nenhum problema”.

A oposição entre medicinas

Está a passar o tempo em que a medicina convencional, ou alopatia, se opõe às medicinas orientais, naturais ou, ditas alternativas. “O nome certo é medicinas complementares”, explica-nos um médico português, ortopedista, praticante de homeopatia e acupunctura, que preferiu não se identificar. Ainda que não esteja provado sob o ponto de vista científico, muitos médicos observam que estas terapêuticas ajudam os doentes a ultrapassar os efeitos colaterais dos tratamentos do cancro. Ana Raimundo, médica oncologista no Hospital CUF Infante Santo, revela-nos: “Observo alguns doentes meus que fazem tratamentos complementares à base de produtos naturais ou terapias quânticas, por exemplo, e dizem que se sentem melhor”. Afirma que não é contra as medicinas alternativas, ou complementares, mas realça alguns aspetos que considera extremamente importantes: “Aquilo que nós, médicos, fazemos habitualmente na prática clínica — e a que chamamos o estado da arte — foi provado em ensaios clínicos. Já provaram o seu valor e é por isso que nós os fazemos. Por outro lado, muitas das terapêuticas ditas alternativas não têm prova investigacional ou em ensaios clínicos. Isto não significa que vão fazer mal, mas podem não fazer bem”. A especialista considera que, sempre que um doente optar por incluir outras medicinas no seu tratamento, é importante informar o médico, pois há, quase sempre, algum tipo de interação entre medicamentos. Realça, ainda, que mesmo quando são usadas apenas plantas e substâncias naturais, este conhecimento por parte do médico é imprescindível aos bons resultados. Ana Raimundo explica: “O princípio ativo de muitas das drogas que nós utilizamos também têm origem nas plantas, e o aumento de toxicidade, por exemplo, é um risco que o doente não deve correr. Pode haver várias interações medicamentosas, não sabemos, não foi estudado”. Fica o alerta.

Mais força contra o cancro e para os tratamentos

No tratamento padrão de uma doença oncológica, o mais antigo é a cirurgia, com a remoção total do tumor. Mas nem sempre este é o primeiro passo. Maria José começou por fazer quimioterapia para reduzir o tumor e as metástases, sempre fazendo-se acompanhar pelo médico, no hospital público, e seguindo ao mesmo tempo os tratamentos complementares. “Assustei-me um dia quando cheguei à consulta e o médico quis repetir as análises. Mas o segundo resultado confirmou o primeiro: os valores da doença e o tamanho do tumor tinham reduzido muito mais do que o previsto. Foi uma festa”, lembra. Antecipou-se a cirurgia e interrompeu-se a quimioterapia até que o organismo desse sinais. Infelizmente a doença fora diagnosticada num estádio muito avançado e ultrapassá-la não tem sido assim tão fácil. Mas o ânimo, a boa disposição e o tempo  que Maria José já viveu desde o diagnóstico permitem acreditar que tudo poderá ter um final feliz. Para a ajudar contra os efeitos secundários, continuou a procurar a terapia alternativa: “O que estes tratamentos me fazem é fortalecer o organismo contra o cancro e contra os efeitos das drogas usadas nos tratamentos. E eu sinto-me bem, embora doente. Perdi muito peso, tenho falta de apetite. Mas depois da quimioterapia, só preciso de dormir bem uma noite para conseguir fazer a minha vida normal.”

Uma ajuda que não é terapia

A incidência do cancro é cada vez maior na sociedade e, estima-se, que continue a sê-lo. É, por isso, cada vez mais um ato de consciência ser portador de um seguro de vida que se torne um aliado na luta contra esta patologia. É o caso do Vida + Vencer, da Tranquilidade.

Este seguro de vida protege em todas as etapas da doença, desde a prevenção à reorganização da vida após um diagnóstico. Pensado por especialistas da Tranquilidade em conjunto com prestadores de saúde experientes nesta área, o Vida + Vencer abrange, assim, várias áreas que permitem prever as mais diversas necessidades para o bem-estar do doente. Inclui uma consulta anual com foco na prevenção, para promover a adoção de um estilo de vida mais equilibrado e com menos fatores de risco, e para ajudar a que, em caso de desenvolvimento de cancro, este seja diagnosticado o mais cedo possível. Em caso de diagnóstico, disponibiliza capital de forma ágil, e permite que este seja utilizado com total flexibilidade pelo cliente. Algumas das despesas que o paciente poderá querer cobrir incluem custos de tratamentos complementares, nutricionistas especializados, e outros itens de bem-estar e conforto. Poderá, também, optar por investir no tratamento na rede de saúde privada, evitando longos tempos de espera, e usufruindo de maior conforto e desconto na rede AdvanceCare.

Adicionalmente, com o Vida + Vencer tem à sua disposição linhas de telefone exclusivas que poderão ajudar no esclarecimento de dúvidas sobre a doença e sobre a participação do diagnóstico à seguradora. Conta ainda com o programa Welcome Home, que em caso de alta hospitalar, garante um contacto proativo ao paciente, para avaliar a satisfação quanto aos cuidados do prestador, avaliar o estado do doente após o procedimento médico, dar aconselhamento e reforçar os cuidados pós-operatórios e a terapêutica. Porque quanto melhor uma pessoa se sentir, mais força terá para vencer qualquer adversidade, mesmo que seja o tão temido cancro.

A sociedade precisa de olhar para os sobreviventes

No que toca aos sobreviventes da doença, ou seja, às pessoas que deixam de ter sinais de cancro, a especialista Ana Raimundo lamenta que a sociedade não esteja consciente de que uma doença como esta deixa marcas, mesmo quando já não há evidência dela. “O que acontece é que as sequelas, por exemplo, de um tratamento sistémico como a quimioterapia, prolongam-se muitas vezes no tempo. Há um cansaço crónico, uma diminuição da capacidade de trabalho e de concentração, alterações do sono e da memória, ansiedade, entre outras. Também há alterações a nível digestivo, mas essas passam, tal como o cabelo volta a crescer. A nível neurológico, no entanto, as sequelas perduram”. Então o que há a fazer? “Penso que terá de haver uma adequação a nível de trabalho, porque obviamente a pessoa ainda pode produzir mas talvez não da mesma forma. Isto está provado, sabemos que acontece e basta uma certa adequação, mas penso que neste momento a sociedade não está a par desta realidade”, completa Ana Raimundo.

Saiba mais em https://observador.pt/seccao/vida-mais-vencer/