O alerta sobre a possível chegada de percevejos a Portugal foi dado por um grupo de investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) à agência Lusa.

Estes insetos têm origem no oeste asiático, mas ao longo dos anos têm-se expandido pelo continente americano e europeu — surgindo pela primeira vez na Suíça em 2004. Depois disso, já alcançaram mais pontos do mundo, "contando já com 22 países invadidos", revela a agência de notícias, de acordo com jornal "Sol".

Mas importa saber qual o perigo destes insetos, já que depois do alarmismo com a vespa asiática, parece que a praga de percevejos pode ter também graves consequências: “Existe outro inseto muito problemático, o percevejo asiático (Halyomorpha halys), que, com certeza, incluirá Portugal na já longa lista de países invadidos em todo o mundo", alerta o grupo de investigadores.

De que perigos é que estamos a falar? De uma praga que pode afetar a agricultura do País, já que este inseto consegue alimentar-se de mais de 300 espécies de plantas, incluindo frutos, folhas e rebentos, de acordo com a explicação do investigador do FLOWer Lab, João Loureiro, citada pelo "Sol".

Além disso, a praga de percevejos asiáticos pode comprometer a saúde pública, invadindo as casas no inverno, os transportes públicos e podendo ainda libertar o seu mau odor. É que o percevejo procura "por abrigos, nomeadamente no interior de casas e barracões, para a fase de diapausa (hibernação) durante os meses frios (dezembro a março)", explica salienta João Loureiro, de acordo com o jornal "Público".

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Para combater o flagelo que o percevejo asiático pode provocar, já está em ativo uma campanha de sensibilização inserida no projeto i9Kiwi. O principal objetivo desta campanha é informar e é por isso que serão distribuídos "panfletos acerca do percevejo asiático, difundidos em formato físico ou através das redes sociais, bem como a realização de comunicações públicas e publicações técnicas, alertando para a problemática deste inseto", adiantam os investigadores.

A rede social Facebook — através da página FLOWer Lab — é um dos meios por onde é feita a divulgação de informação sobre os insetos. Uma das publicações já feitas tem uma imagem ilustrativa sobre a constituição deste inseto, de forma a que as pessoas possam reconhecê-lo e alertar as autoridades, e explica de que forma é que a praga pode condicionar a comunidade.

Publicação de Facebook para ilustrar a constituição do percevejo asiático

Os alertas à população portuguesa são essenciais, uma vez que o clima no nosso País é favorável à propagação desta praga e não só: "Os danos agrícolas e de saúde pública com difícil combate, e a intersecção verificada em Portugal no início do ano, tornam imperativo trazer o conhecimento ao público e assim tentar evitar a expansão silenciosa", refere Hugo Gaspar, citado pelo jornal "Diário de Notícias", também investigador do FLOWer Lab.