Não há nada mais certo do que setembro ser o mês em que os novos iPhones são anunciados e lançados. Sem grande surpresa, até porque parece estar cada vez mais difícil guardar segredo no que toca a novas tecnologias, a Apple anunciou esta terça-feira, 10 de setembro, três novos modelos do seu equipamento mais popular.

Embora antes do evento já se soubesse quase tudo sobre o topo de gama, a expectativa era elevada em parte devido aos convites para a conferência que começaram a ser enviados à imprensa dias antes do evento. “Apenas pela inovação”, foi o texto que acompanhou o convite e que parecia contrariar o relatório da revista "Bloomberg" sobre o que estava previsto ser anunciado esta terça-feira.

O texto prometia uma surpresa inovadora, mas de surpresas houve pouco. Os rumores foram confirmados e a empresa anunciou três novos modelos, um deles mais barato, e todos trazem novas câmaras fotográficas e o processador mais rápido do mercado.

Precisa de trocar de iPhone? Vêm aí 3 novos
Precisa de trocar de iPhone? Vêm aí 3 novos
Ver artigo

São eles o iPhone 11, o iPhone 11 Pro e o iPhone 11 Pro Max. Ainda caros, talvez pouco surpreendentes e com os dois últimos topo de gama mais indicados para fotógrafos profissionais, valerá a pena comprar um deles se já tiver um iPhone X, XS ou XR?

Bernardo Almeida, o youtuber português especializado em tecnologia, falou com a MAGG após o evento e não tem dúvidas de que a decisão vai depender sempre das expectativas de cada um. No entanto, alerta: "Esta nova linha de iPhone não vem revolucionar nada, mas introduz mudanças que, para quem usa o smartphone, vai gostar de ver implementadas."

O iPhone 11, que vem substituir o atual XR ainda que a Apple tenha decidido mantê-lo à venda, apresenta duas novas câmaras traseiras, um ecrã de 6.1 polegadas IPS, seis novas cores e o tão esperado Modo Noite. Ou seja, uma funcionalidade que vai permitir fotografias incríveis mesmo em locais com pouca luz. Esta versão vai estar disponível por 829€ a partir de 20 de setembro.

Já o iPhone 11 Pro e 11 Pro Max, com cinco cores, parecem ter amantes de fotografia profissional como público alvo — com três câmaras traseiras (uma lente wide, telephoto e ultrawide para fotos panorâmicas) e novidades na melhoria do software de edição.

Com ecrãs OLED de 5.8 e 6.5" polegadas e baterias maiores, a Apple promete uma autonomia superior entre 4 a 5 horas. Os modelos mais caros também vão começar a ser vendidos a 20 de setembro e custam 1.179€ e 1.279€ , respetivamente.

Os nomes dos equipamentos são cada vez mais longos mas para Bernardo, esta nomenclatura vem clarificar a posição de cada modelo.

"A Apple decidiu finalmente largar as letras e voltar aos números, até porque toda a gente dizia iPhone X e não iPhone 10. Além disso, vai permitir que o antigo iPhone XR esteja mais em linha com aquilo que é o produto premium da empresa. É que apesar de ser mais barato, continua a ser um topo de gama e o 11 prova isso mesmo", esclarece.

Embora lhe seja difícil responder sobre se valerá ou não a pena comprar os novos modelos, já que depende de cada caso, o youtuber não tem dúvidas de que "quem tem a última geração de iPhone entra numa armadilha se comprar o da próxima geração."

"Quem já tiver o iPhone de há um ano [iPhone XS ou XS Max] ou o de há dois anos [iPhone X], não deve pensar em comprar este", até porque é expectável que a multinacional tecnológica esteja a preparar novidades revolucionárias para 2020.

As novas cores do iPhone 11 Pro e iPhone 11 Pro Max

"Fala-se que os equipamentos seguintes a este podem vir já com um sensor de impressão digital debaixo do ecrã ou um display sem molduras", além de um design renovado e aliciante até porque "toda a gente gostar de mostrar que tem um iPhone novo".

Segundo conta, aquilo que a Apple fez nesta conferência "foi correr atrás da da concorrência" ao trazer funcionalidades há muito pedidas, como o Modo Noite que já existe nos equipamentos da Huawei ou da Google. Mas quando confrontado com a eterna questão do "vale ou não a pena comprar?", Bernardo é rápido a responder: "Talvez só faça sentido a quem tenha o iPhone 8", e muito devido à questão do design que é diferente a partir do X.

Apesar de pouco impressionado no geral, o youtuber mostrou-se entusiasmado com as baterias dos novos equipamentos que garantem autonomias superiores aos antecessores. Isso e o facto de o iPhone 11 Pro apresentar, no modelo base, 128 gigas de armazenamento interno ao invés dos 64 gigas habituais.

Bernardo Almeida é youtuber de tecnologia e soma já mais de 330 mil de subscritores no seu canal

"Não faz sentido a conferência ser toda focada em fotografias e vídeos espetaculares se depois não há espaço suficiente para os guardar no smartphone", remata.

Além dos novos iPhone, a Apple anunciou ainda uma nova versão do iPad, do Apple Watch bem como do seu serviço de streaming — com lançamento marcado a 1 de novembro, poucos dias antes da chegada da Disney+ ao mercado.