A floresta tropical está a arder há semanas, o fogo já chegou à Bolívia, e o fumo também já atravessou fronteiras até ao Uruguai. Mas só sexta-feira, 23 de agosto, é que o presidente brasileiro Jair Bolsonaro decidiu assinar o decreto que estabelecia o envio de militares para combater as chamas que têm destruído a maior floresta tropical do mundo. "A proteção da floresta é o nosso dever", referiu o presidente, de acordo com o jornal "The Independent".

A medida surgiu depois de os cientistas brasileiros alertarem que o incêndio na Amazónia está a chegar a um "ponto crítico" cujo impacto pode ser irreversível, acabando por destruir um terço do ecossistema da Amazónia. Os militares que vão esta quarta-feira, 28 de agosto, para o terreno irão atuar junto das fronteiras, nos territórios indígenas, e noutras regiões em chamas da Amazónia. A mobilização decorre durante um mês, de acordo com o decreto presidencial. Este estabeleceu ainda que os militares brasileiros vão trabalhar em conjunto com as forças de segurança pública e as agências de proteção ambiental.

Ao jornal britânico, o professor Thomas Lovejoy, da Universidade George Mason, esclareceu que "a razão pelo qual acreditamos que o ponto crítico está tão próximo é porque estamos a assistir a secas históricas em 2005, 2010 e 2016". Estas secas contribuem para que a destruição esteja fora do controlo do Homem, o mesmo que é responsável por 99% dos fogos, "seja de propósito ou por acidente", de acordo com os dados revelados por Alberto Setzer, cientista sénior brasileiro do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

Desde o início do ano já foram registados quase 73 mil incêndios florestais no Brasil, que em parte se relacionam com o facto de os criadores de gado e fazendeiros provocarem incêndios nos terrenos florestais para posteriormente praticarem agricultura e pastagem.

Mas não são só as estatísticas que confirmam tudo o que está a acontecer na Amazónia. As imagens de satélite do centro-norte da Amazónia também mostram que as florestas remotas estão a converter-se em pastagens, o que demonstra mais um sinal da desflorestação intensiva que tem vindo a ser feita ao longo dos anos.

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“Vamos combater a desflorestação e as atividades criminosas que colocam as pessoas em risco na Amazónia. Somos um governo de tolerância zero ao crime e, no campo ambiental, não será diferente", declara Bolsonaro, de acordo com o jornal "Daily Mail", depois de ter tomado medidas na sexta-feira, após sucessivos protestos conta a sua governação — no Brasil e no resto do mundo. Só no Brasil, as manifestações têm dominado as principais cidades, como o Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília. Até mesmo em Portugal ocorreu um protesto na segunda-feira, 26 de agosto, de acordo com o jornal "Público".

Além de protestarem contra as políticas públicas ambientais, os manifestantes exigem que o governo tome mais medidas para combater os incêndios.

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