Se já está de malas feitas e só pensa em comer a sobremesa típica da República Dominicana — o majarete, um pudim de milho misturado com batatas —  ou uma cachupa em Cabo Verde, então saiba que estes são alguns dos países onde deve ter mais cuidado com aquilo que come (e onde come).

Além destes destinos, que são dois dos preferidos entre os portugueses, a investigação desenvolvida pela equipa de especialistas em casos de doença de viagem da Sick Holiday e pela empresa de intolerância alimentar YorkTest, descobriu os países com mais casos de intoxicação alimentar.

No topo da lista de dez países está Hurghada, no Egipto, que regista 380 casos de britânicos que adoeceram com a comida servida no Steigenberger Aqua Magic Hotel, um resort popular daquele destino. "Há dois anos recebemos mais de uma reclamação sobre o Hurghanda a cada dois dias, um número enorme para um resort tão pequeno", refere o cientista alimentar Richard Conroy, da Sick Holiday, ao "The Sun".

Parece que o falafel não é seguro em qualquer local de restauração deste país. Mas a lista não fica por aqui. Há mais nove países que com vários relatos de intoxicação alimentar entre o início de 2017 e o final de 2018, período de análise do estudo. “Os níveis de doença de férias que vemos em certos locais são muito preocupantes", revela Richard.

O cientista acrescentou ainda que a intoxicação alimentar mata 420 mil pessoas por ano em todo o mundo e 600 milhões de pessoas são todos os anos afetadas pela doença. Entre estas 600 milhões de pessoas, estão as aquelas que fazem parte dos números do estudo: 211 casos de intoxicação alimentar de britânicos em Punta Cana, na República Dominicana, e 182 casos durante as férias dos ingleses em Riviera Maya, no México. Outro destino bastante visitado pelos portugueses também está nesta lista. Benidorm, em Espanha, está em último lugar, mas ainda assim registou 62 casos.

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O que é que pode causar uma intoxicação alimentar?

Algo tão simples como má conservação da comida, ficando sujeita muitas vezes a altas temperaturas dos países quentes. Além disso, pode ter a ver com uma má confeção da mesma, estar fora de validade, ser tocada por alguém doente, ou ser contaminada por outros alimentos, como o marisco ou a carne crua. É verdade que não pode controlar estes fatores, mas pode selecionar os locais onde come, principalmente a comida que encontra na rua.

Os primeiros sintomas, que podem surgir horas depois de ter comido algo que não estava em boas condições, podem ser: náuseas, vomito, diarreia, fraqueza, febre, dores no corpo e arrepios. Depois de consultar um médico, possivelmente vai ficar uns dias a descansar e a beber muita água. Aos poucos pode reintroduzir alguns alimentos — que inclui coisas como chá, torradas, bananas e arroz — que são a única coisa que entra no prato de quem adoece, podendo esquecer a paelha que tinha planeado para o último dia de estadia em Benidorm, Espanha.

É também conhecida como “cólon irritável”, a doença que diz respeito à sensibilidade do tecido muscular do intestino, que reage de forma intensa a estímulos habituais, como a alimentação e o stress. Daqui resulta um “atraso ou aceleração no movimento intestinal e, consequentemente, alteração na frequência, forma ou consistência das fezes”, de acordo com o hospital CUF.

Seja onde for, uma intoxicação alimentar não só estraga as férias, como também pode ter consequências mais graves. O diretor científico da York Test, Gill Hart, alertou: "Um episódio particularmente desagradável pode desenvolver intolerâncias alimentares a longo prazo, cujos sintomas podem incluir fadiga, dores de cabeça, inchaço e enxaquecas." Gill acrescenta ainda que muitas pessoas acabam mesmo por desenvolver a síndrome do intestino irritável (SII), uma doença que afeta o funcionamento do intestino e cujos sintomas são dor abdominal, obstipação, diarreia, sensação de gás e distensão abdominal.

Veja a lista completa do estudo sobre os casos de intoxicação alimentar dos britânicos nos destinos de férias:

1.º Hurghanda, Egipto (380 casos)

2.º Punta Cana, República Dominicana (211 casos)

3.º Riviera Maya, México (182 casos)

4.º Antalya, Turquia (108 casos)

5.º Cancun, México (95 casos)

6.º Boa Vista, Cabo Verde (84 casos)

7.º Marrakesh, Marrocos (83 casos)

8.º Sal, Cabo Verde (68 casos)

9.º Maiorca, Espanha (66 casos)

10.º Benidorm, Espanha (62 casos)