Depois de vários adultos e adolescentes terem sido hospitalizados em 14 estados dos Estados Unidos, as autoridades estão a investigar uma doença misteriosa nos pulmões que pode estar associada ao uso de cigarros eletrónicos. Até agora, estão registados mais de 100 casos e não se sabe se os pacientes afetados vão melhorar.

A notícia foi avançada este sábado, 17 de agosto, pelo jornal britânico "The Independent", que diz que o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças está a trabalhar com vários departamentos de saúde para investigar e tratar "um surto de doenças pulmonares relacionadas com o uso de cigarros eletrónicos que afetaram adolescentes e adultos nas últimas semanas."

Apesar de inicialmente terem sido confirmados 31 casos, as autoridades já fizeram saber que há outros 94 a ser investigados em todo o país. Mas uma porta-voz do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças, citada pelo jornal, não acredita que se possa tratar de uma doença infeciosa e há poucas certezas sobre a verdadeira origem do problema.

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"Embora alguns casos sejam semelhantes, as autoridades dizem que não sabem se a doença está associada aos cigarros eletrónicos ou aos ingredientes específicos que existem dentro dos equipamentos e que são inalados", lê-se na mesma publicação.

Os sintomas registados até então incluem dificuldade em respirar, dor no peito, febre, tosse intensa, episódios de vómito e diarreia.

Devido à popularidade destes equipamentos, Gregory Conley, Presidente da Associação Americana de Vaping, defende o uso dos cigarros eletrónicos e desvaloriza o alarmismo. "Parece-me muito mais provável que os produtos que estejam a causar danos nos pulmões sejam equipamentos feitos por amadores que contenham drogas ilegais e não nicotina."

No entanto, a verdade é que ainda não há estudos conclusivos que possam atestar quanto à segurança destes equipamentos.

"Não temos assim tanta experiência com o uso de cigarros eletrónicos para poder garantir a toda a gente, incluindo os adolescentes, que esta é uma prática segura", garante Emily Chapman, chefe de clínica geral do Departamento de Minnesota, onde tratou de quatro adolescentes hospitalizados com os mesmos sintomas.

Mas aquilo que parecia uma doença relativamente inofensiva e facilmente tratável, depressa começou a causar dificuldades. É que os pacientes hospitalizados começaram a piorar — mesmo depois de lhes terem sido administrados todos os tratamentos apropriados.

"O estado de saúde continuou a deteriorar e muitos deixaram de respirar, ao ponto de terem de usar ventiladores de oxigénio", explica a Emily Chapman.

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A especialista alerta ainda para a dificuldade no diagnóstico, principalmente porque os sintomas assemelham-se aos de uma infeção comum. A diferença está nas complicações que, refere, são mais graves e levam a períodos extensos de hospitalização.

"É importante que se perceba que o uso de cigarros eletrónicos é considerado seguro, mesmo que se saiba muito pouco, ou quase nada, sobre o assunto."

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