Joanna Schroeder é uma mãe feminista, escritora e crítica dos media e também autora de um dos tweets mais polémicos dos últimos dias. "Tem filhos adolescentes brancos? Ouça. Tenho observado o comportamento dos meus filhos online e notado que os media e os vloggers estão ativamente a preparar os adolescentes brancos para os tornar em supremacistas brancos de alta direita. Veja como:"

Foi assim que começou a sequência de tweets sobre o tema. O primeiro, que deu mote à discussão, conta já com mais de 61 mil retweets e mais de 147 mil gostos. Mas a teoria continua: "Primeiro, os rapazes estão a ser inundados de memes que apresentam subtilmente piadas racistas, sexistas, homofóbicas e antissemitas." A crítica  prossegue dizendo que sendo crianças, é normal que eles não percebam as mensagens e acabem por partilhá-las.

"O segundo passo é que os jovens consomem media que abordam temas como 'as pessoas são muito sensíveis' e 'não pode fazer mais nada'". Segundo a mãe de adolescentes, esta narrativa faz com que os jovens substituam a vergonha por raiva. E raiva por quem? Por mulheres, feministas, liberais, pessoas de cor, gays, etc.

"A propaganda faz com que os pontos de vista extremistas pareçam normais através de pequenas quantidades de exposição ao longo do tempo — tudo com o objetivo de converter as pessoas em pontos de vista ainda mais extremistas", continuou a mãe no Twitter.

É aqui que entra a geração "floco de neve", aquela que é conhecida por pessoas que são extremamente sensíveis aos pontos de vista que desafiam a sua visão do mundo. Os "flocos de neve" são os que atingiram a idade adulta na década de 2010. Esta nova geração surgiu precisamente como resultado da partilha constante de ideias e opiniões variadas nas redes sociais. Quantas vezes num post de Facebook, os comentários ofensivos acabam por ser mais virais do que a própria divulgação?

Foi também isto que aconteceu com o tweet da escritora Joanna Schroeder. As ideias que partilhou na sua conta do Twitter são controversas e originaram 6,5 mil comentários, entre os quais se podem ler críticas como "isto é sátira, certo?" ou "isto realmente parece o tipo de coisa que alguém que não percebe a cultura da internet iria pensar". Além destas, há mensagens que apoiam as ideias que Joanna defende: "Isto é uma ideia importante. Não sou mãe, mas tenho dois sobrinhos. Um de 19 e outro de 23 anos."

Os famosos também se pronunciaram sobre o assunto. Malik Forté, produtor de música hip hop, tweetou: "Eu acho que ela só está a mostrar como é que a internet pode ser influenciável. Especialmente agora que muito pessoas (principalmente os mais jovens) desenvolvem a sua identidade a partir daí. Honestamente, isto é para toda a gente, não interessa a raça. Tem de estar atento."

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Schroeder apresenta uma solução para reverter esta problemática. Sugere aos pais que sejam eles a alertar os filhos para aquilo que é partilhado na internet. "Diga-lhes que está sempre presente, sem julgar, para olhar para os conteúdos e tentar identificar as mentiras — sem julgamento."

Apesar de achar que os próprios adolescentes começam a questionar a intenção dos memes e dos vloggers, a mãe considera que é preciso mostrar à geração "floco de neve" que a comédia não é "sobre ser 'politicamente correto' ou seguro. Muitas vezes é sobre a exposição de sistemas opressivos, que é a coisa mais 'segura' ou delicada que se pode obter."

A escritora e crítica dos media conclui dizendo que tem a sorte dos seus filhos serem inteligentes e o pai não ter medo de lhes dizer quando vê algo que é mentira, porque ele é também muito crítico. Mas o alerta de Joanna, apesar de ter começado com um exemplo pessoal, é para todos os que têm filhos brancos. "Vi tantos rapazes brancos a serem vitimas desse sistema. Por isso, cuidado."