A época de férias é muito antecipada pela grande maioria dos portugueses, com muitos a rumar a sul do País. É certo que existe quem opte por fazer férias fora de Portugal, mas é inegável que a região do Algarve, bem como outras zonas como a Costa Vicentina, se tornam nas preferidas de muitos portugueses.

Ora se a grande maioria dos habitantes do território nacional se concentram nas mesmas regiões, exatamente durante o mesmo espaço de tempo, é natural que a confusão se instale. E as praias, principalmente aquelas com melhores acessos, localização e facilidades, ficam especialmente concorridas nesta altura.

Para além do desconforto de ter alguém no seu espaço pessoal, as praias cheias representam um verdadeiro perigo de segurança para quem tem filhos ou viaja com crianças, principalmente se estas forem mais pequenas. A ideia de perder uma criança no meio de uma multidão é um autêntico pesadelo para os pais, embora não seja uma situação nada difícil de acontecer numa praia cheia, em pleno verão.

Pulseiras permitem aos pais encontrar os filhos caso estes se percam
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Agora que agosto, o mês de eleição das férias de muitos portugueses, está quase a chegar, reunimos alguns conselhos chave da Polícia de Segurança Pública (PSP) para garantir a segurança das crianças na praia, entre outros locais públicos. 

1. Educar as crianças para não se afastarem dos adultos

Tal como para muitas outras coisas, a prevenção é meio caminho andado para evitar situações de perigo. E no caso das crianças e da época de férias, a prevenção foca-se em tentar explicar aos miúdos os perigos de se afastarem dos pais.

As pulseiras da campanha Estou Aqui, uma iniciativa da Polícia de Segurança Pública, já estão disponíveis e são uma ótima ferramenta de segurança adicional para os mais pequenos, principalmente em época de férias.

“Trata-se de uma pulseira única, pessoal e intransmissível, dotada de um código alfa numérico. Em caso de perda da criança, permite um reencontro muito mais célere, direcionado e objetivo com os pais, educadores ou tutores da criança”, explica o comissário João Moura, da PSP.

O registo, sem qualquer custo, pode ser feito no site oficial da campanha, que também é bastante explicativo quanto aos procedimentos desta ferramenta.

No entanto, o comissário João Moura alerta que esta pulseira, “embora seja eficaz, não pode significar qualquer tipo de ‘relaxe’, devendo sim servir para relembrar as medidas de segurança a ter em conta para que uma criança não se perca”.

"Em primeiro lugar, é preciso educar para que a criança não se afaste do seu grupo/companhia, pois a segurança está neste núcleo", refere à MAGG o comissário da PSP João Moura, responsável pelas ações de comunicação da PSP, segurança e auto proteção das crianças na época balnear e ainda gestor das redes sociais da instituição.

Para além disso, o comissário refere que a criança deve sempre "manter em linha os pais, educadora ou tutor" e "ser sensibilizada para manter a calma caso se perca".

2. Memorizar pontos de referência

Seja para adultos ou crianças, uma das primeiras coisas a fazer quando chegamos a uma praia cheia de gente é tentar memorizar ao máximo a zona do nosso chapéu de sol, bem como os outros grupos perto do local onde deixámos as toalhas.

No entanto, e num ambiente em constante alteração, com grupos a chegar e a abandonar o areal a qualquer hora, esta pode não ser a estratégia mais eficaz, principalmente para os mais novos.

"Há várias medidas de segurança e auto proteção que podem e devem ser ensinadas", salienta o comissário João Moura. O representante da PSP aconselha a que as crianças "usem roupas de cores garridas, que se destaquem" e alerta para a importância dos pontos de referência.

"Combinar de antemão um ponto de encontro e referência — nas praias há alguns marcados, entre os quais os postos do Instituto de Socorro a Náufragos (ISN) — são boas estratégias . Não entrar em pânico e abordar responsáveis da praia é uma boa solução, sejam eles do ISN, segurança privada, Polícia Marítima, PSP ou INEM", refere o responsável da PSP.

3. As crianças devem dirigir-se a profissionais e não a estranhos

Se alguma vez se perdeu dos seus pais em criança, deve com certeza recordar-se dos momentos de pânico que se seguiram a esse momento, bem como da necessidade de pedir ajuda imediatamente. No entanto, o especialista em segurança recomenda que ensine os seus filhos a procurar profissionais.

"Primeiro, há que ensinar os miúdos a não perderem o discernimento, nem a calma. Depois, é aos profissionais que trabalham na praia, como os nadadores-salvadores, Polícia Marítima, PSP, entre outros, que as crianças podem e devem dirigir-se", explica o comissário João Moura.

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Segundo o representante da PSP, e para que as crianças se sintam à vontade para interagir e pedir ajuda a estas figuras, os pais "devem fomentar uma boa imagem de proximidade das autoridades".

4. Adultos: não entrem em pânico e reajam de imediato

Sabemos que é fácil falar, sendo outra coisa completamente diferente viver uma situação alarmante como perder uma criança numa praia. Mesmo assim, entrar em pânico é a pior coisa que pode fazer se perder o seu filho de vista.

"É preciso manter a calma e contactar imediatamente com os responsáveis de segurança mais próximos e dar o alerta, quer seja através do 112 ou do número fixo da esquadra local", explica o comissário da PSP, que elege a pulseira do programa Estou Aqui da PSP como uma mais-valia, "e uma solução de segurança adicional".