De acordo com a UNAIDS, desde que se conheceu o primeiro caso de SIDA, já foram registados 78 milhões de pessoas infetadas e 35 milhões morreram de doenças relacionadas ao vírus VIH. A organização espera que, até 2030, se acabe com esta doença. Em Portugal, segundo a Associação para o Planeamento da Família, já foram registados mais de 14 mil casos desde 1983.

Não existia conhecimento de uma cura para a SIDA, até agora. O jornal "The New York Post" dá conta de que um grupo de investigadores da Faculdade de Medicina Lewis Katz e da Universidade de Medicina do Nebraska, conseguiu eliminar o vírus VIH de um animal vivo pela primeira vez.

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No estudo publicado esta terça-feira, 2 de julho, na revista "Nature Researchs", os cientistas explicaram que é possível eliminar o vírus de células e órgãos de animais infetados através de um método conhecido como LASER ART, que evita que o vírus se multiplique.

"O nosso estudo mostra que o tratamento para anular a multiplicação do VIH e bem como a terapia de edição genética, quando administrados ao mesmo tempo, podem eliminar o vírus de células e órgãos de animais infetados", afirmou o investigador Kamel Khalili, citado pela revista "EurekAlert".

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Segundo a mesma revista, os métodos até agora utilizados para tratar o vírus da SIDA não conseguiam eliminá-lo do corpo dos infetados, ou seja, reduzia a sua multiplicação mas não o eliminava. Conseguiram-no agora ao utilizar este método conhecido como TAR em conjunto com o LASER ART parece ser o caminho a seguir — já que é uma tecnologia nova. 

"Queríamos ver se o LASER ART poderia suprimir a replicação do VIH por tempo suficiente para que o CRISPR-Cas9 [tecnologia utilizada anteriormente pelo investigador] eliminasse completamente as células do DNA viral", explicou Kamel Khalili. Nas experiências realizadas com ratos infetados, cerca de um terço ficou sem o vírus VIH. 

Depois de ter resultado em roedores, o próximo passo será testar em primatas e, posteriormente, fazer ensaios em seres humanos.

"Agora temos um caminho claro para avançar para testes em primatas não humanos e possivelmente fazer ensaios clínicos em pacientes humanos durante o ano", revelou o investigador.