O episódio final de “A Guerra dos Tronos” está envolto em polémica. Depois de oito temporadas e de uma transmissão de nove anos, os fãs da série sentiram-se desiludidos — e revoltados, tanto que houve uma petição pública com mais de um milhão assinaturas para refazer a temporada — com a velocidade e forma com que muitos dos conflitos que perduravam há quase uma década foram resolvidos.

Mas a opinião é consensual face ao discurso final de Daenarys: foi poderoso. A rainha dos Sete Reinos (lugar que ocupou por muito pouco tempo) aparece no cimo das escadas do Red Keep, depois de conquistar e devastar King’s Landing, matando com fogo todos aqueles que lá existiam — desde crianças a mulheres.

Mesmo antes de começar a falar, surge um plano da personagem interpretada por Emilia Clarke, que se funde com o dragão, dando a ideia de que ela tem asas, de que ela própria é um dragão, de que o poder e a ganância se apoderaram dela, características que nos surgem quase como hereditárias, uma vez que foi o que aconteceu com o último rei Targaryan, conhecido como Mad King.

“Vocês libertaram as pessoas de King’s Landing do controlo de um tirano”, ouvimo-la dizer. “Mas a guerra não acabou. Não vamos parar de atirar as nossas lanças sem que tenhamos libertado todas as pessoas do mundo”, continua, dando a entender que quer lançar uma guerra mundial.

8 perguntas que ficaram sem resposta depois do final de "A Guerra dos Tronos"
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Numa entrevista à “Variety”, a atriz assumiu que este foi o discurso em que sentiu mais pressão em si própria. Apesar de não ter sido a primeira vez em que apareceu a falar para um grande público num idioma fantasiado, este era o discurso mais poderoso, aquele que consolidava a tirania da sua personagem.

“Tive muito Dothraki, Valeyan, línguas falsas para aprender e tive de dar muitos discursos. Mas pus tanta pressão em mim mesma neste”, diz. “Eu sabia que era um dos momentos mais integrais e solidificados da personagem da Daenarys.”

Quando questionada sobre a forma como se preparou para discursar, a atriz confessou o método que escolheu para se aproximar de um líder poderoso.

“Para dar todos estes discursos em idiomas falsos, assisti a muitos vídeos de ditadores e lideres poderosos a falar numa língua diferente para ver se conseguia perceber aquilo que eles estavam a dizer sem conhecer a língua”, conta à mesma revista. “E podemos! Podemos perceber absolutamente o que o Hitler diz e o que todos estes oradores dizem numa língua estrangeira”, conta. “Então, pensei: ‘Se eu acreditar em cada palavra que estou a dizer, o público não vai precisar de ficar demasiado colado às legendas.”

Este estudo teve frutos e deu origem à cena mais poderosa do episódio final de “A Guerra dos Tronos”. Todos acreditámos: Daenarys acaba por se tornar naquilo por que se propôs a lutar — uma tirana sem piedade e com sede de poder.

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