É por muitas pessoas considerado o casamento mais longo de sempre entre duas pessoas com Síndrome de Down. Paul e Kris Scharoun-DeForge estiveram casados durante 25 anos, e levaram os votos de casamento à letra. Só a morte foi mesmo capaz de os separar.

Foi amor à primeira vista. A história de amor entre Paul DeForge, de 56 anos, e Kris Scharoun, de 59, começou em 1980, quando se conheceram num baile para pessoas com deficiência. Depois de 13 anos de namoro, decidiram casar-se a 13 de agosto de 1993.

O pedido foi feito por Kris Scharoun-DeForge que, em declarações ao jornal "The Washington Post", explicou como surgiu a proposta. "Ele fez-me rir. Olhei-o nos olhos e vi o meu futuro. Foi quando fiz o pedido", revelou.

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Mas nem tudo foi fácil. Antes de casarem, Paul e Kris tiveram que provar ao Estado que sabiam o que estavam a fazer, apesar das suas deficiências intelectuais.

"Para provar isso, eles tiveram que fazer testes para medir os seus conhecimentos sexuais, os sentimentos e as necessidades. Participaram em aulas patrocinadas pela Planned Parenthood que os ajudou a adquirir as habilidades necessárias para passar no teste", explicou Susan Scharoun, irmã mais velha de Kris.

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Depois do casamento, Kris e Paul passaram a viver juntos numa casa do Estado para pessoas com deficiência. Há um ano, Paul mostrou sinais de demência devido ao Alzheimer e teve que ser internado, separando-se da mulher. Nesse momento, as coisas pareciam piorar.

Kris ficou arrasada após a mudança de Paul, mas de acordo com o jornal norte-americano, o casal continuou a encontrar-se para jantar na casa da família de Kris, em Onondaga Hill, nos Estados Unidos.

No verão passado, a mulher sofreu uma pneumonia e, para surpreendê-la, Paul foi até ao hospital onde Kris se encontrava para celebrarem o seu 25.º aniversário de casamento. Mas a maior surpresa surgiu quando alguém resolveu chamar um padre que lhes renovou os votos na capela do Hospital Universitário de Upstate, em Syracuse.

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Em março deste ano, Paul também sofreu uma pneumonia. Kris foi para o hospital para fazer companhia ao marido até ao dia em que ele morreu. Depois da sua morte, a 28 de março, a mulher pensa em Paul "a voar livre como uma borboleta".

"Eles são um modelo para todos os que desejam um bom relacionamento. Eram uma equipa que se entregou e cuidou um do outro", afirmou a irmã mais velha de Kris ao jornal norte-americano.

Este ano, para assinalar a data de aniversário do casamento, Kris Scharoun-DeForge está a planear homenagear o marido. Segundo o "The Washington Post", a mulher quer ir ao lugar especial do casal, nas montanhas Adirondack, para "espalhar as cinzas do marido e imaginá-lo a voar para longe."