A prática de exercício físico já é mais do que recomendada para mantermos uma vida saudável e longe de várias complicações de saúde. Agora, um novo estudo revela que tornar-se ativo fisicamente aos 40 ou 50 anos pode ser tão benéfico como fazê-lo mais cedo.

A investigação, publicada a 8 de março na revista médica "Jama Network Open", e divulgada no mesmo dia pelo jornal britânico "The Guardian", concluiu que homens e mulheres, dos 40 aos 61 anos, que incrementaram gradualmente atividade física para cerca de sete horas semanais, verificaram uma redução até 35% do risco de mortalidade por qualquer causa.

Já manter uma atividade física regular na adolescência até à idade adulta foi associado a uma redução do risco de morte de 29% a 36%, ou seja, o benefício para ambas as faixas etárias foi muito semelhante.

Ainda que praticar qualquer tipo de atividade física seja importante por diversos motivos, a investigação "fornece evidências de que tornar-se fisicamente ativo na vida adulta (40 aos 61 anos de idade) pode proporcionar benefícios comparáveis ​​à saúde." Os adultos que começaram a praticar atividade física mais tarde — entre os 40 e os 61 anos — apresentaram um risco de mortalidade comparável àqueles que o fizeram desde a adolescência até à idade adulta. Tais resultados sugerem que "a meia-idade não é tarde demais para iniciar a atividade física".

“Se mantiver um estilo de vida ativo ou participar em algum tipo de exercício nesse período [da juventude até à meia-idade], poderá reduzir o risco de morrer. Se não está ativo e chega aos 40 e 50 anos e decide fazê-lo, ainda pode aproveitar muitos desses benefícios”, afirmou Pedro Saint-Maurice, principal autor da pesquisa, ao jornal britânico.

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De acordo com o estudo, os inquiridos que aumentaram a frequência de atividade física na idade adulta também exibiram um menor risco de mortalidade por todas as causas, quando comparados com os que eram frequentemente inativos.

No entanto, a investigação também concluiu que o "efeito protetor do exercício" não dura para sempre, mas antes que este se perde assim que o exercício físico é reduzido. "Se tem sido ativo e diminui lentamente o exercício com a idade, perde muitos dos benefícios que sabemos que lhe estão associados", referiu Pedro Saint-Maurice.

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Deste modo, os "adultos inativos podem ser encorajados a serem mais ativos, enquanto os adultos jovens que já são ativos podem esforçar-se para manter o nível de atividade à medida que envelhecem", pode ler-se no estudo.

A investigação envolveu 315.059 participantes norte-americanos e tinha como finalidade perceber se existia uma associação entre os padrões de atividade física e a mortalidade.